Numa torrente de números negativos, a indústria nacional tem a maior queda em novembro desde dezembro de 2013. O setor recuou 2,4% no comparativo com o mês imediatamente anterior. É a sexta queda consecutiva, a mais prolongada para a série iniciada em 2002. Em relação a novembro de 2014, a produção despencou 12,4%. De junho a novembro, a indústria acumulou perda de 8,3%. Na crise mundial de 2008, em três meses o corte na produção foi de 19,6%. O desastre da barragem da Samarco, em Mariana, teve influência no resultado. A indústria extrativa teve retração de 10,9% no período, apesar de avançar em 12 meses. Com isso, a expectativa é de recuo ainda mais significativo nos indicadores mineiros. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) vai revisar as projeções para os resultados do ano passado. Isso significa que a queda do setor será superior aos 7,9% previstos anteriormente.
Dos 25 setores analisados apenas dois apresentaram resultados positivos no comparativo com igual mês do ano anterior (fabricação de produtos alimentícios e de bebidas). Trata-se da vigésima primeira taxa negativa nesse tipo de comparação. A maior queda é do setor de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias. O grupo teve queda de 35,3% em novembro.
Em novembro, o setor de automóveis apresentou alta de 1,3% na produção no comparativo com outubro, mas a análise do IBGE é que se trata de um crescimento verificado sobre uma base muito baixa tendo em consideração as férias coletivas e as suspensões temporárias adotadas pelas montadoras. Segundo números da Anfavea divulgados ontem, a produção de veículos da indústria automotiva recuou a patamar semelhante ao de 2006. No ano passado, foram produzidos 2,42 milhões de unidades contra 3,14 milhões em 2014.
“Este ano não foi positivo. As questões políticas influenciaram em demasia a confiança do consumidor e contaminaram a economia de maneira forte”, disse o presidente da entidade, Luiz Moan. A consequência direta da retração do setor foi o fechamento de 10,2% das vagas de trabalho das montadoras. Ao todo, 14,7 mil postos foram fechados no comparativo entre dezembro de 2014 e de 2015.
O recuo no setor industrial não é algo pontual de novembro. Em 12 meses, a queda é de 7,7%. Neste tipo de comparação, apenas a indústria extrativa e a de fabricação de produtos de minerais não-metálicos apresentaram alta. Os demais segmentos recuaram. A maior retração é na fabricação de equipamentos de informática e produtos eletrônicos (-29,3%). Mas no caso da indústria extrativa o acidente da Samarco deve ter impacto sobre o indicador de dezembro.
O economista da Fiemg, Sérgio Guerra, afirma que o resultado da produção de novembro é pior que o esperado, o que força a entidade a rever a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para 2015. A expectativa inicial era queda de 4,1% e de 7,9% para a indústria, mas os números devem ser ainda piores. Com forte peso da indústria extrativa na produção industrial mineira, o recuo do indicador no estado deve ser bastante acentuado pelo desastre de Mariana. Com isso, é esperado recuo ainda maior nos números de Minas. Além da tragédia com a barragem, a baixa produção da indústria automotiva também impacta os resultados mineiros.
Retomada difícil Com o resultado negativo do setor de máquinas e equipamentos, considerado termômetro para investimentos, a expectativa é por demora ainda na retomada do crescimento. Em sete dos 11 meses fechados de 2015, o setor apresentou números negativos ante o mês anterior, o que indica a falta de confiança do empresariado para retomar o crescimento. “O grande problema é a falta de governabilidade, que gera incerteza muito grande. A menos que isso mude, não é de se esperar a retomada da confiança”, afirma Guerra. Diz ele que apenas uma trégua no caos político poderia induzir a retomada dos investimentos e, por consequência, do crescimento da economia.
E, para fechar o ciclo negativo, sob os impactos de notícias ruins dia a dia, os consumidores também têm apresentado baixa confiança. Segundo o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo, o consumo de bens duráveis têm recuado. “Na base disso, além do baixo nível de confiança do consumidor, que mostra que ele tem dúvida sobre realizar aquele investimento, tem o crédito mais caro e mais escasso afetando de maneira importante essa categoria econômica”, afirma, ressaltando que os números do mercado de trabalho também contribuem negativamente. (Com agências)
Dos 25 setores analisados apenas dois apresentaram resultados positivos no comparativo com igual mês do ano anterior (fabricação de produtos alimentícios e de bebidas). Trata-se da vigésima primeira taxa negativa nesse tipo de comparação. A maior queda é do setor de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias. O grupo teve queda de 35,3% em novembro.
Em novembro, o setor de automóveis apresentou alta de 1,3% na produção no comparativo com outubro, mas a análise do IBGE é que se trata de um crescimento verificado sobre uma base muito baixa tendo em consideração as férias coletivas e as suspensões temporárias adotadas pelas montadoras. Segundo números da Anfavea divulgados ontem, a produção de veículos da indústria automotiva recuou a patamar semelhante ao de 2006. No ano passado, foram produzidos 2,42 milhões de unidades contra 3,14 milhões em 2014.
“Este ano não foi positivo. As questões políticas influenciaram em demasia a confiança do consumidor e contaminaram a economia de maneira forte”, disse o presidente da entidade, Luiz Moan. A consequência direta da retração do setor foi o fechamento de 10,2% das vagas de trabalho das montadoras. Ao todo, 14,7 mil postos foram fechados no comparativo entre dezembro de 2014 e de 2015.
O recuo no setor industrial não é algo pontual de novembro. Em 12 meses, a queda é de 7,7%. Neste tipo de comparação, apenas a indústria extrativa e a de fabricação de produtos de minerais não-metálicos apresentaram alta. Os demais segmentos recuaram. A maior retração é na fabricação de equipamentos de informática e produtos eletrônicos (-29,3%). Mas no caso da indústria extrativa o acidente da Samarco deve ter impacto sobre o indicador de dezembro.
O economista da Fiemg, Sérgio Guerra, afirma que o resultado da produção de novembro é pior que o esperado, o que força a entidade a rever a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para 2015. A expectativa inicial era queda de 4,1% e de 7,9% para a indústria, mas os números devem ser ainda piores. Com forte peso da indústria extrativa na produção industrial mineira, o recuo do indicador no estado deve ser bastante acentuado pelo desastre de Mariana. Com isso, é esperado recuo ainda maior nos números de Minas. Além da tragédia com a barragem, a baixa produção da indústria automotiva também impacta os resultados mineiros.
Retomada difícil Com o resultado negativo do setor de máquinas e equipamentos, considerado termômetro para investimentos, a expectativa é por demora ainda na retomada do crescimento. Em sete dos 11 meses fechados de 2015, o setor apresentou números negativos ante o mês anterior, o que indica a falta de confiança do empresariado para retomar o crescimento. “O grande problema é a falta de governabilidade, que gera incerteza muito grande. A menos que isso mude, não é de se esperar a retomada da confiança”, afirma Guerra. Diz ele que apenas uma trégua no caos político poderia induzir a retomada dos investimentos e, por consequência, do crescimento da economia.
E, para fechar o ciclo negativo, sob os impactos de notícias ruins dia a dia, os consumidores também têm apresentado baixa confiança. Segundo o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo, o consumo de bens duráveis têm recuado. “Na base disso, além do baixo nível de confiança do consumidor, que mostra que ele tem dúvida sobre realizar aquele investimento, tem o crédito mais caro e mais escasso afetando de maneira importante essa categoria econômica”, afirma, ressaltando que os números do mercado de trabalho também contribuem negativamente. (Com agências)