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Estado de Minas

Indústria deve cair mais de 8% em Minas

Previsão foi revista pela Fiemg para 2015, com reflexos do acidente na Samarco. No país, recuo foi de 2,4% em novembro


postado em 08/01/2016 06:00 / atualizado em 08/01/2016 07:25

Fabricação de veículos cresce no mês, mas volta ao patamar de 2006(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 31/07/14)
Fabricação de veículos cresce no mês, mas volta ao patamar de 2006 (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 31/07/14)
Numa torrente de números negativos, a indústria nacional tem a maior queda em novembro desde dezembro de 2013. O setor recuou 2,4% no comparativo com o mês imediatamente anterior. É a sexta queda consecutiva, a mais prolongada para a série iniciada em 2002. Em relação a novembro de 2014, a produção despencou 12,4%. De junho a novembro, a indústria acumulou perda de 8,3%. Na crise mundial de 2008, em três meses o corte na produção foi de 19,6%. O desastre da barragem da Samarco, em Mariana, teve influência no resultado. A indústria extrativa teve retração de 10,9% no período, apesar de avançar em 12 meses. Com isso, a expectativa é de recuo ainda mais significativo nos indicadores mineiros. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) vai revisar as projeções para os resultados do ano passado. Isso significa que a queda do setor será superior aos 7,9% previstos anteriormente.

Dos 25 setores analisados apenas dois apresentaram resultados positivos no comparativo com igual mês do ano anterior (fabricação de produtos alimentícios e de bebidas). Trata-se da vigésima primeira taxa negativa nesse tipo de comparação. A maior queda é do setor de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias. O grupo teve queda de 35,3% em novembro.

Em novembro, o setor de automóveis apresentou alta de 1,3% na produção no comparativo com outubro, mas a análise do IBGE é que se trata de um crescimento verificado sobre uma base muito baixa tendo em consideração as férias coletivas e as suspensões temporárias adotadas pelas montadoras. Segundo números da Anfavea divulgados ontem, a produção de veículos da indústria automotiva recuou a patamar semelhante ao de 2006. No ano passado, foram produzidos 2,42 milhões de unidades contra 3,14 milhões em 2014.

“Este ano não foi positivo. As questões políticas influenciaram em demasia a confiança do consumidor e contaminaram a economia de maneira forte”, disse o presidente da entidade, Luiz Moan. A consequência direta da retração do setor foi o fechamento de 10,2% das vagas de trabalho das montadoras. Ao todo, 14,7 mil postos foram fechados no comparativo entre dezembro de 2014 e de 2015.

O recuo no setor industrial não é algo pontual de novembro. Em 12 meses, a queda é de 7,7%. Neste tipo de comparação, apenas a indústria extrativa e a de fabricação de produtos de minerais não-metálicos apresentaram alta. Os demais segmentos recuaram. A maior retração é na fabricação de equipamentos de informática e produtos eletrônicos (-29,3%). Mas no caso da indústria extrativa o acidente da Samarco deve ter impacto sobre o indicador de dezembro.

O economista da Fiemg, Sérgio Guerra, afirma que o resultado da produção de novembro é pior que o esperado, o que força a entidade a rever a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para 2015. A expectativa inicial era queda de 4,1% e de 7,9% para a indústria, mas os números devem ser ainda piores. Com forte peso da indústria extrativa na produção industrial mineira, o recuo do indicador no estado deve ser bastante acentuado pelo desastre de Mariana. Com isso, é esperado recuo ainda maior nos números de Minas. Além da tragédia com a barragem, a baixa produção da indústria automotiva também impacta os resultados mineiros.

Retomada difícil
Com o resultado negativo do setor de máquinas e equipamentos, considerado termômetro para investimentos, a expectativa é por demora ainda na retomada do crescimento. Em sete dos 11 meses fechados de 2015, o setor apresentou números negativos ante o mês anterior, o que indica a falta de confiança do empresariado para retomar o crescimento. “O grande problema é a falta de governabilidade, que gera incerteza muito grande. A menos que isso mude, não é de se esperar a retomada da confiança”, afirma Guerra. Diz ele que apenas uma trégua no caos político poderia induzir a retomada dos investimentos e, por consequência, do crescimento da economia.

E, para fechar o ciclo negativo, sob os impactos de notícias ruins dia a dia, os consumidores também têm apresentado baixa confiança. Segundo o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo, o consumo de bens duráveis têm recuado. “Na base disso, além do baixo nível de confiança do consumidor, que mostra que ele tem dúvida sobre realizar aquele investimento, tem o crédito mais caro e mais escasso afetando de maneira importante essa categoria econômica”, afirma, ressaltando que os números do mercado de trabalho também contribuem negativamente. (Com agências)


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