Brasil, Turquia e África do Sul são os países emergentes mais vulneráveis para 2016, de acordo com o Bank of America Merrill Lynch, que classificou estes mercados como os “três frágeis”, de acordo com um relatório de perspectivas econômicas para este ano divulgado ontem. O Brasil deve ficar ainda com o pior desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) entre os 56 emergentes acompanhados pelo banco norte-americano, com queda prevista de 3,5%.
Entre os 56 emergentes acompanhados pela equipe do BoFA, o Brasil ocupa o último lugar no crescimento do PIB em 2016; na relação dívida/PIB, está em 46.º; na inflação, em 44.º, e no déficit nominal/PIB, em 48.º. Um dos indicadores em que o país tem a melhor classificação é nas reservas internacionais, em 21.º. Além do Brasil, a Grécia deve ser o único mercado, entre os 56, a ter queda do PIB em 2016, de 1,3%.
A Rússia, que teve forte recessão no ano passado, assim como o Brasil, deve ter um 2016 com a situação um pouco melhor, enquanto o BoFA projeta a economia brasileira pode piorar ainda mais. A projeção do banco é de retração de 3,5% para o Brasil e de expansão zero para a Rússia. Entre os “três frágeis”, a Turquia deve crescer 3,5% este ano e a África do Sul, 0,4%.
Ainda sobre o Brasil, o BoFA projeta que a relação dívida bruta/PIB deve chegar a 72,5% este ano, um dos níveis mais altos entre os maiores emergentes. O mesmo indicador da Rússia deve ficar em 13,9%, da Turquia, em 35,9%, e da África do Sul, em 49,8%.
A Índia deve ser o emergente que mais vai crescer em 2016, com expansão prevista de 7,4%. Já o PIB da China deve ter avanço de 6,6%. No relatório, os economistas do BoFA ressaltam que, além da discussão da desaceleração do crescimento do país asiático, o setor privado também é fonte de preocupação, na medida em que as empresas chinesas se endividaram muito nos últimos anos.
Brasil, Turquia e África do Sul são os países que sobraram do grupo chamado de “cinco frágeis”, expressão que começou a ser usada pelo mercado financeiro internacional em meados de 2013, quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sinalizou pela primeira vez que iria normalizar a política monetária dos Estados Unidos, causando grande estresse no mercado financeiro mundial. Na época, a lista incluía ainda Rússia e Indonésia e apontava os países mais vulneráveis às mudanças do cenário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.