Brasília – A queda no preço do barril de petróleo no mercado internacional e rumores de que o conselho de administração da Petrobras decidiu fechar de vez a refinaria de Nansei, no Japão, fizeram as ações da companhia caírem abaixo de R$ 5 ontem, acelerando as perdas da Bolsa de Valores de São Paulo. O Ibovespa fechou com desvalorização de 1,64% aos 37.937 pontos, o oitavo recuo em 10 pregões e o menor nível desde 9 de março de 2009 (36.741,35 pontos). Fechou na mínima pontuação do dia. Na máxima, marcou 38.633 pontos (+0,17%). No mês, acumula perda de 12,48%.
Os papéis preferenciais da petroleira tiveram o maior tombo do dia e despencaram 7,16%, cotados em R$ 4,80. No ano, os ativos acumulam perdas de 28,36%. As ações ordinárias caíram 6,11%, precificadas em R$ 6,30 e totalizam desvalorização de 26,49% em 2016. Os valores são os menores para os ativos da Petrobras desde 2003. Ambas as ações terminaram na mínima. A PN liderou as perdas do Ibovespa e a ON ficou em terceiro lugar.
Para os especialistas, o excesso de oferta de petróleo no mercado internacional aumenta a incerteza de que os projetos da estatal, sobretudo o custo de produção no pré-sal, são viáveis com o preço do barril tão baixo. Outra dúvida é se haverá interesse pelos ativos que a petrolífera brasileira precisa vender para dar continuidade ao seu plano de desinvestimento. Como o setor está vivendo um momento de baixa cotação, a Petrobras pode não conseguir negociar preços capazes de reduzir significativamente seu endividamento, que passa de R$ 500 bilhões.
O desempenho negativo das ações da petroleira puxaram o Ibovespa e devem continuar pressionando a bolsa paulista. Especialistas apostam que há mais espaço para queda e os papéis da Petrobras podem chegar a R$ 3,50. Ontem, o volume negociado foi baixo, de apenas R$ 4,834 bilhões, com investidores cautelosos por conta do feriado nos Estados Unidos.
Juros sobem de lho no Copom
No câmbio, o dólar teve queda de 0,29% cotado a R$ 4,034. O dólar futuro para fevereiro recuou 0,28% a R$ 4,054. Com o feriado de Martin Luther King Jr. nos EUA, a liquidez diminuiu em todos os mercados globais ontem, incluindo o de câmbio brasileiro. O dólar oscilou predominantemente em baixa ante o real, mas em margens estreitas, sem força para ajustes radicais.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 subiu 4 pontos a 15,60%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 caiu 10 pontos a 16,46%, com a expectativa sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta semana. O baixo volume de negócios refletiu a ausência de muitos investidores por causa do feriado norte-americano. De todo modo, as taxas se movimentaram a partir da afinação das apostas para decisão do Copom, com a ajuda do alívio do câmbio no caso dos contratos longos. Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI abril de 2016 projetava 14,720%, de 14,711% no ajuste de sexta-feira. Nos mais longos, o DI janeiro de 2018 fechou estável em 16,31% e o DI janeiro de 2021 caiu de 16,55% para 16,46%. Segundo operadores, o mercado ontem movimentou um terço do volume padrão.