Manifestantes de centrais sindicais fazem ato hoje, em frente à sede do Banco Central em São Paulo, na Avenida a Paulista, para pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a não elevar a taxa básica de juros (Selic).
A primeira reunião do ano do Copom começa na tarde desta terça-feira, em Brasília, e termina no início da noite de amanhã. A expectativa do mercado é que, após três reuniões consecutivas sem alteração na Selic – que está em 14,25% ao ano–, o colegiado retome o ciclo de elevações. As instituições financeiras ouvidas para o boletim Focus apostam em alta de 0,5 ponto percentual.
O protesto se concentrou na calçada do prédio do Banco Central, sem bloquear o trânsito na Avenida Paulista. A Polícia Militar informou que não divulgará o número de participantes.
João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, defende que a elevação dos juros pode trazer prejuízos aos trabalhadores. “O aumento da taxa de juros significa mais desemprego, menos produção e menos consumo. Os trabalhadores estão preocupados com essa política do governo de juros altos. Aumentar a taxa de juros é continuar com a recessão, o desemprego.”
Josimar Andrade, dirigente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), acredita que a alta dos juros não inibe a inflação. “Não é só aumentando os juros que vai segurar a inflação. A UGT não concorda com essa política de centrar o foco exclusivamente elevando a taxa de juros.”
A ato teve ainda uma guilhotina simbólica, que faz parte de uma campanha nacional contra os altos juros do cartão de crédito. “O trabalhador e a sociedade já estão com o pescoço para ser degolado. A UGT, ao longo de três anos, vem fazendo essa campanha, combatendo também as administradoras de cartão de crédito”, disse Josimar.