São Paulo - A fraqueza da economia brasileira fez com que a contratação de temporários fosse menor no final do ano passado, o que explica o descompasso entre os dados oficiais e as previsões do mercado para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de dezembro. A avaliação é do economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo.
"Dezembro é um mês tradicionalmente de demissão, mas o que vimos foi um número de dispensas menor do que o previsto pelo mercado. As demissões foram menores porque as contratações de temporários foram mais baixas ao longo do ano, por causa das condições econômicas", disse.
De acordo com os dados do Caged, divulgado pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, o saldo líquido de emprego formal em dezembro foi negativo em 596.208. A mediana das previsões do AE Projeções apontava para um saldo negativo de 655 mil vagas.
"Apesar de ter vindo menor que a previsão, o dado de dezembro não muda o cenário para o ano de 2015, que foi muito pior que o dos anos anteriores", afirmou Melo. Na avaliação do economista, a tendência inclusive é de um maior número de dispensas à medida que a crise econômica se acentua. "O desemprego vai aumentar e podemos ver a taxa chegar aos dois dígitos já nos dados da Pnad de março", afirmou.