São Paulo – O Boletim Focus trouxe ontem uma rodada de alta de estimativas de analistas para a inflação em 2016 e em 2017, depois da semana histórica para a política monetária, quando o Banco Central surpreendeu o mercado mantendo a taxa de juros. A mediana das projeções para a inflação deste ano passou de 7,00% para 7,23%, ante 6,86% um mês atrás. Com essa atualização, nota-se que o mercado não acredita na promessa do Banco Central de levar a inflação para um ponto dentro do intervalo da meta, cujo centro é 4,5% e o teto, 6,5%, este ano. A mediana das projeções para o IPCA em 2017, que é quando o BC promete entregar a inflação no centro da meta, também disparou. Passou de 5,40% para 5,65% no boletim Focus de ontem – um mês atrás estava em 5,17%. Assim, está mais distante ainda do objetivo do BC (4,5%). A mediana das previsões, no entanto, ainda segue abaixo do teto da meta de 6,0% para o período.
No caso das expectativas para a inflação suavizada 12 meses a frente, a mediana a subir de 6,83% para 6,91% de uma semana para outra – há um mês, estava em 6,98%. Para o curto prazo, houve correção das expectativas para a taxa para janeiro de 2016, que foi modificada de 0,92% para 1,05%. Um mês antes, estava em 0 84%. Para fevereiro, a mediana das previsões, que estava em 0 80% há cinco semanas consecutivas, passou agora para 0,85%.
De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro, o BC projeta que a inflação encerre este ano em 6,2% no cenário de referência e em 6,3% pelo de mercado. Para 2017, a estimativa da autoridade monetária está em 4,8% pelo cenário de referência e de 4,9% pelo de mercado.
PIB em baixa As projeções do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto (PIB) para este ano seguem no terreno negativo, e as para 2017 mostram uma expectativa de recuperação cada vez menor. A mediana das estimativas no Relatório de Mercado Focus, foi ajustada de -2,99% para -3% para 2016 – há quatro semanas, a aposta era de uma queda menor, de 2,81%. Pouco mais de um ano atrás, na primeira Focus de 2015, os especialistas consultados pelo BC acreditavam que haveria crescimento este ano, de 1,80%. Já para 2017, a expectativa é mais otimista, de expansão de 0 80%. Vale lembrar, no entanto, que uma semana antes, a mediana estava em alta de 1%, o mesmo patamar visto um mês atrás.