O começo de 2016 ainda será um período de ajustes para as empresas do varejo de supermercados, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade acredita que os primeiros meses do ano devam seguir na tendência fraca de vendas dos últimos meses de 2015 e as companhias poderão ter que dar continuidade aos movimentos de cortes de custos como os do ano passado, culminando em demissões.
O ano já começou com as notícias de fechamentos de loja no Walmart. No Brasil, a companhia confirmou que ocorreu o fechamento de 60 pontos de venda.
Depois de apurar um recuo real de 1,9% nas vendas do setor supermercadista em 2015 ante 2014, a Abras projetou uma expectativa de queda de 1,8% em 2016. Se confirmada a expectativa da entidade, será a primeira vez desde o início da série histórica, em 2001, que as vendas terão queda real por dois anos seguidos. A queda de 2015 foi a mais alta desde 2003, quando o setor recuou 4,29%.
A perspectiva para geração de emprego e abertura de novas lojas é negativa, porque a confiança dos empresários do setor segue em baixa. O Índice de Confiança do Supermercadista, medido pela Abras, ficou em 46,2% em dezembro, mantendo-se desde o início do ano em patamar inferior a 50%, o que indica pessimismo.
O varejo de supermercados ainda tende a sofrer com as perspectivas ruins para o comportamento da renda real dos consumidores, segundo avalia a Abras.
O economista da entidade, Flávio Tayra, considera que a possibilidade de uma continuidade da deterioração da taxa de desemprego deve pesar sobre o setor. "Com a queda da massa salarial e o desemprego, consideramos muito difícil que o setor possa ter números positivos este ano", comentou.