A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, prevê que a China deve seguir em desaceleração, com um nível menor de crescimento econômico do que no passado, mas não espera um pouso forçado da segunda maior economia do mundo, afirmou a jornalistas nesta quinta-feira, em uma entrevista pela internet.
"A China está passando por uma ampla e multifacetada transição. Não esperamos um pouso forçado", afirmou Lagarde, destacando que país asiático precisa aceitar a realidade de que as taxas de crescimento serão menores e que é preciso continuar com as reformas estruturais. A dirigente do FMI ressaltou ainda que as mudanças na política econômica precisam ser bem comunicadas, sobretudo ao mercado financeiro.
"A China embarcou em um ambicioso rebalanceamento de sua economia, da indústria para serviços, das exportações para o mercado doméstico e do investimento para o consumo. Além disso, está se movendo em direção a um sistema financeiro mais orientado ao mercado", afirmou Lagarde.
"No curto prazo, essa mudança vai levar um crescimento menor e essa desaceleração tem contágios", disse ela, ressaltando que esse efeito pode se dar pelos fluxos internacionais de comércio, pela queda da demanda por commodities e pelo mercado financeiro.