São Paulo – O dólar à vista alternou pequenas altas e baixas durante todo o dia de ontem e acabou fechando em alta de 0,16%, cotado a R$ 3,9953. O mesmo ocorreu com o dólar comercial, usado nas transações comerciais, que fechou com valorização de 0,15%, cotado a R$ 3,990. A valorização frente ao real ocorreu mesmo diante da melhora do humor no mercado internacional, sustentado pela forte recuperação dos preços do petróleo e com o consequente aumento do apetite por risco dos investidores internacionais.
A moeda americana chegou a ceder em vários momentos, mas as preocupações de sempre com a economia brasileira e a proximidade do fim de semana limitavam o movimento. No exterior, os ganhos do petróleo foram firmes desde o período da manhã, em meio à expectativa de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) possa coordenar um corte de produção. O avanço do petróleo em Nova York e em Londres favoreceu as moedas de alguns países produtores, como o rublo russo e o peso mexicano, em detrimento do dólar. O Brasil, que também é produtor, viu o dólar cair em alguns momentos, mas o movimento não se firmou. Neste cenário, o dólar à vista marcou a máxima de R$ 4,0037 (+0,37%) às 10h29 e a mínima de R$ 3,9669 (-0,55%) às 14h39. Da máxima para a mínima, a moeda americana oscilou -0,92%.
A Bovespa mais uma vez trabalhou em sintonia com o comportamento das bolsas internacionais e terminou a sessão em alta ontem. O fôlego, entretanto, foi curto, a despeito da presença do estrangeiro na compra, e não trouxe o principal índice à vista de volta aos 40 mil pontos. O Ibovespa terminou o dia em alta de 1,25%, aos 39.808,05 pontos Na mínima, marcou 39.324 pontos (+0,02%) e, na máxima, 39.901 pontos (+1,48%). Na semana, caiu 1,93%. No mês, acumula perda de 1,48% e, no ano, de 8,17%. O giro financeiro totalizou R$ 4,330 bilhões, segundo dados preliminares.
A disparada do petróleo, depois de ter fechado abaixo de US$ 27 o barril ontem em Wall Street, a recuperação das bolsas europeias e resultados positivos de empresas trouxeram apetite pelo risco ontem, dando sustentação à alta das bolsas na Europa, Estados Unidos e Brasil. O petróleo negociado na Nymex fechou com ganhos de dois dígitos (+12,32%), cotado a US$ 29,44 o barril no contrato para março, enquanto, em Londres, a alta foi de 10,98%, a US$ 33,36 o barril, no vencimento de abril. A leitura dos especialistas, no entanto, é de que ontem foi apenas um repique dos ativos, sem mudança de tendência.
Tesouro na mão de Otávio Ladeira
O Ministério da Fazenda confirmou ontem o nome de Otávio Ladeira de Medeiros como secretário do Tesouro Nacional. Ele vinha ocupando o cargo interinamente desde o final de 2015, quando Marcelo Saintive deixou o comando da secretaria. Segundo nota divulgada pela Fazenda, Ladeira é o primeiro secretário efetivo oriundo da carreira de Finanças e Controle, criada em 1989. Ele possui graduação e mestrado em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília (UnB), MBA executivo em finanças pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais e extensão em "The Theory and Operation of a Modern National Economy", na George Washington University.