O plano de reestruturação financeira e produtiva da Usiminas prevê o reforço das medidas que a companhia já tem adotado para melhorar a eficiência das operações na usina de Ipatinga, no Vale do Aço mineiro. Em entrevista ao Estado de Minas, o presidente da siderúrgica, Rômel Erwin de Souza, afirmou que a unidade não será objeto do ajuste drástico realizado de outubro do ano passado ao início deste mês em Cubatão (SP), que resultou na demissão de 1,8 mil trabalhadores diretos e no remanejamento de outros 300 empregados. Toda a chamada área primária de fabricação de aço – altos-fornos, coquerias, sinterizações e aciaria – foi paralisada na fábrica paulista, como estratégia de adequação da empresa à crise vivida pela indústria siderúrgica no Brasil e no mundo.
Em razão de baixos preços oferecidos nas exportações, o volume embarcado pela Usiminas no quarto trimestre de 2015 caiu 24,4% na comparação com o trimestre anterior. Em Ipatinga, a companhia mantém a produção mais direcionada para atender à demanda de aços com alto valor agregado. A usina mineira recebeu investimentos em desenvolvimento tecnológico nos últimos seis anos, incluindo aportes numa segunda linha de galvanização inaugurada em 2011, para aperfeiçoamento da produção de aços destinados à indústria automotiva.
A empresa adotou, ainda em Ipatinga, processo inovador no Brasil de resfriamento de chapas grossas, que atende a especificações técnicas de clientes do setor de óleo e gás. “Esses investimentos, somados ao laminador a quente que continua operando em Cubatão, são estratégicos para o desenvolvimento da Usiminas e do mercado”, afirmou o presidente da siderúrgica. Especulações sobre medidas de paralisação de atividades em Ipatinga surgiram na semana passada em meio ao impacto negativo causado pelo prejuízo anunciado de R$ 1,627 bilhão que a Usiminas amargou no quarto trimestre de 2015.
Produção e vendas
A produção de aço bruto das unidades de Minas e São Paulo somou 1,2 milhão de toneladas de outubro a dezembro de 2015, representando aumento de 6,6% na comparação com o trimestre anterior. Do total das vendas, 73% foram realizadas no mercado interno e 27% tiveram clientes no exterior como destino. O volume global comercializado no quarto trimestre de 2015, de 1,205 milhão de toneladas, cresceu 2% na mesma base de comparação, mas foi insuficiente, ante a queda de 11% das vendas totais do ano passado, de 4,915 milhões de toneladas, quando comparado ao registrado no quarto trimestre de 2014.
No mercado interno, a companhia teve um desempenho melhor nas vendas do terceiro para o quarto trimestre. A Usiminas comercializou 882,1 mil toneladas no país, representando acréscimo de 17,4% em relação ao realizado no trimestre anterior. O avanço foi atribuído à performance melhor no período analisado do setor de distribuição de aço e da construção civil.