São Paulo, 25 - O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança teve queda de 30,9% em janeiro ante dezembro, para R$ 3,3 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Em relação ao mesmo mês de 2015, conforme a entidade, foi identificado encolhimento de 63,9%.
No acumulado de 12 meses, entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016, foram destinados R$ 69,7 bilhões para aquisição e construção de imóveis, resultado 38,7% inferior ao apurado nos 12 meses anteriores.
No primeiro mês do ano, foram disponibilizados recursos para aquisição e construção de 13,5 mil unidades, conforme a Abecip, resultado 38,5% inferior ao apurado em dezembro de 2015. Na comparação com janeiro do ano passado, o recuo chegou a 69,1%. Já nos 12 meses até janeiro, os financiamentos imobiliários contemplaram 311,3 mil imóveis, valor 42,6% menor do que no intervalo de 12 meses imediatamente anteriores.
A Abecip ressaltou que janeiro costuma apresentar resultados pouco expressivos ou negativos para os depósitos de poupança. Isto ocorre por causa "da concentração de contas e impostos com vencimento neste período, comprometendo o orçamento das famílias, que em alguns casos, utilizam parte dos recursos das cadernetas para honrar os compromissos", acrescentou.
Neste começo de 2016, a sazonalidade se somou a condições econômicas adversas, reduzindo a captação líquida em janeiro. "As cadernetas enfrentam uma conjuntura econômica adversa, marcada por inflação e juros elevados. Trata-se, portanto, de uma combinação complexa de fatores, em que também está presente a redução da competitividade das cadernetas", disse a entidade.
Em janeiro de 2016, contrariamente ao que ocorreu em dezembro, os saques nas cadernetas de poupança voltaram a superar os depósitos. A captação líquida foi negativa em mais de R$ 9,5 bilhões. Com o efeito, após três meses em que apresentou crescimento nominal, os saldos dos agentes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) voltaram a cair entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, somando R$ 502,9 bilhões.