A retração nos preços do minério de ferro impactou diretamente os resultados da Vale em 2015. O prejuízo líquido registrado pela empresa no ano passado chegou a R$ 44,213 bilhões. Em 2014, o lucro foi de R$ 954 milhões. No intervalo de outubro a dezembro, o prejuízo totalizou R$ 33,156 bilhões, perda quase sete vezes superior à anotada no mesmo período de 2014. “A redução de R$ 45,167 bilhões no lucro líquido deveu-se, principalmente, à menor margem Ebitda, aos maiores impairments (ajustes contábeis) registrados em 2015 e ao efeito negativo nos resultados financeiros da depreciação ponta a ponta do real contra o dólar, de 47% em 2015”, destacou a mineradora brasileira no documento que acompanha seu demonstrativo financeiro.
Segundo levantamento da Economatica, o prejuízo anual divulgado ontem pela Vale foi o maior registrado entre as companhias abertas brasileiras em 30 anos. Como resultado, Vale ON e PNA terminaram o dia em queda de 5,89% e 5,23%, respectivamente. A retração no valor das ações acabou refletindo no Índice Bovespa, que registrou sua terceira queda consecutiva e terminou o dia de ontem em baixa de 0,47%, aos 41.887,90 pontos.
O forte prejuízo da Vale foi registrado apesar da produção de minério de ferro da Vale ter atingido volume recorde, no ano passado. De acordo com o comunicado da empresa, foram produzidas 345,879 milhões de toneladas da commodity, um crescimento de 4,3% em relação ao registrado em 2014. Com o resultado, a mineradora brasileira superou a meta de produção divulgada anteriormente, que era de 340 milhões de toneladas.
A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no ano passado foi de 23,654 bilhões, recuo de 24% ante o ano imediatamente anterior. No último trimestre do ano passado, o Ebitda ajustado foi de R$ 5,386 bilhões – retração de 3% na base anual e de 21% na trimestral. Já a receita operacional líquida da Vale em 2015 somou R$ 85,499 bilhões, queda de 3% frente ao registrado em 2014. No quarto trimestre, por sua vez, a receita líquida foi de R$ 22,681 bilhões, aumento de 2% ante o último trimestre do ano passado e queda de 3% ante o terceiro trimestre.
BB apresenta bom desempenho
Último a apresentar o resultado de 2015, o Banco do Brasil apresentou lucro líquido de R$ 14,4 bilhões no ano, um aumento de 28% em relação a 2014, quando somou R$ 11,2 bilhões. O lucro líquido ajustado, que exclui os efeitos de itens extraordinários, atingiu R$ 11,5 bilhões no ano. Esse resultado foi 2,2% superior ao observado em 2014.
No balanço divulgado ontem, o banco aponta que a lucratividade obtida em 2015 foi impactado pela receita da operação Cateno, que gerou resultado de R$ 3,2 milhões no lucro líquido no período. A operação foi anunciada em novembro de 2014 e deu à Cielo a gestão dos cartões de crédito e de débito da marca Ourocard, do Banco do Brasil. Em maio do ano passado, foi divulgada a mudança do nome da parceria, que passou de Token para Cateno.
Apesar do lucro, o índice de inadimplência das operações com atrasos há mais de 90 dias em relação à carteira de crédito consolidada do Banco do Brasil apresentou elevação para 2,24% em dezembro do ano passado. O banco informou ainda em seu demonstrativo de resultados que as despesas totais com provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceram 36,3%, para R$ 25,266 bilhões, ao final do quarto trimestre de 2015 em comparação ao mesmo período de 2014.