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Estado de Minas

Procura por imóveis populares continua em alta, apesar da crise

Segmento garantiu receita e geração de caixa à MRV em 2015


postado em 08/03/2016 06:00 / atualizado em 08/03/2016 07:48

Com o caixa fortalecido no ano passado e a estratégia combinada de redução de custos e aumento de produtividade, a MRV Engenharia e Participações S/A se valeu de bons resultados operacionais, na contramão do cenário desfavorável da economia brasileira. O balanço de 2015 da empresa mineira, maior incorporadora do país no segmento de imóveis residenciais populares, destacou geração de caixa anual recorde, no valor de R$ 806 milhões, marcando fluxo positivo de 14 trimestres consecutivos, e acréscimo de 42% ante 2014.A receita líquida atingiu R$ 4,7 bilhões, cifra que representou acréscimo de 14,3% na mesma base de comparação.

O lucro líquido, contudo, caiu de R$ 720 milhões para R$ 548 milhões em 2015. Ao divulgar ontem os números do quarto trimestre do ano passado, o diretor-executivo-financeiro da MRV, Leonardo Corrêa, observou que a comparação foi prejudicada por ganho extraordinário registrado em 2014, decorrente da subsidiária Log Comercial Properties. Quando analisado o lucro líquido ajustado de 2015, sem a equivalência patrimonial, a construtora apurou R$ 643 milhões, o que significa aumento de 27,3% ante o exercício anterior.

“Estamos vivendo um ambiente econômico adverso, com desemprego crescente e inflação alta, mas a MRV tem conseguido navegar nesse mar revolto”, afirmou o executivo. Corrêa atribui o resultado de 2015, de um lado, à demanda ainda firme das famílias de baixa renda por moradia e associada às condições facilitadas de compra pelo programa Minha casa, minha vida, de subsídio à moradias populares, motor de vendas da companhia. Outro fator decisivo para a MRV é ter mantido o foco nesse segmento da habitação, sem descuidar de um esforço para reduzir custos, encontrar os clientes e negociar com eles.

A performance de caixa deu conforto às áreas operacionais, além de ter permitido diminuição expressiva da dívida líquida num momento de taxas altas de juros no Brasil. De acordo com o balanço divulgado ontem, a construtora reduziu 13,8 pontos percentuais na chamada alavancagem financeira, ao conter a dívida líquida em dezembro de 2015 a 10,4% do patrimônio líquido, frente aos 24,2% registrados em idêntico mês de 2014. A relação da dívida com o patrimônio tem diminuído nos últimos três anos, quando já esteve em 40,7%.

Ainda na área operacional, o volume de lançamentos de 2015, avaliado em R$ 4,7 bilhões, acréscimo de 8,1% na comparação com 2014, foi um dos maiores dos últimos quatro anos. É óbvia a situação de mercado mais difícil hoje. Temos uma série de dúvidas e um terreno leva cerca de dois anos até o lançamento, mas a crise não será eterna. Ela vai passar em algum momento e estamos preparados para responder a essa reação”, afirma o diretor-executivo da MRV.

BANCO DE TERRENOS
Em 2015, a MRV se aproveitou da concorrência menor na compra de terrenos. Com isso, adquiriu áreas bem localizadas e que demandam prazos menores para legalização. Com caixa superior a R$ 1,7 bilhão, informados no relatório divulgado pela construtora, só no ano passado, R$ 280 milhões foram destinados à aquisições de terrenos em todo o país, mas com foco nas capitais. As vendas contratadas, incluindo os segmentos residencial e de loteamento, atingiram R$ 1,379 bilhão no quarto trimestre do ano passado, 5% mais ante o trimestre anterior. No balanço do ano, entretanto, somaram R$ 5,497 bilhões, queda de 8,6% em relação a 2014.


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