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Estado de Minas

Banco Mercantil lucra R$ 70 milhões em 2015 após prejuízo no ano anterior

Instituição financeira tem injeção de R$ 190 milhões e retoma expansão com abertura de 40 agências e entrada na área de investimentos


postado em 19/03/2016 06:00 / atualizado em 19/03/2016 10:09

"Estudamos o mercado e constatamos que as médias empresas têm uma dificuldade para acessar o mercado de capitais" (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )
O Banco Mercantil do Brasil alcançou em 2015 lucro líquido de R$ 70,4 milhões. Com o resultado, a instituição financeira inverte prejuízo de R$ 160 milhões registrado em 2014 e anuncia, até o fim do ano, a abertura de 40 novas agências em Minas e no interior de São Paulo.


O Mercantil do Brasil também está expandindo sua operação e vai atuar  como banco de investimento, fomentando o crédito especialmente para médias empresas brasileiras que hoje estão distantes do mercado de capitais. A operação de capitalização do Banco Mercantil de Investimentos (BMI) contou com aportes de R$ 190,5 milhões e foi coordenada pelo Banco Votorantim. A operação aguarda por aprovação do Banco Central.

Nos últimos cinco anos, o Mercantil do Brasil passou por processo de reposicionamento de sua carteira, agora focada na pessoa física, especialmente nos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O ajuste de custos e investimentos em segmentos estratégicos como a tecnologia vêm garantindo ganho de produtividade à instituição e são apontados como parte importante do resultado positivo alcançado em 2015.

Único banco médio de varejo a operar no país, a instituição vem realinhando sua carteira de crédito, de R$ 8 bilhões, majoritariamente movida por operações com pessoas físicas. Desde 2010, a instituição está à frente da carteira do INSS em Minas, no ABC paulista e interior de São Paulo. O modelo de atuação, antes focado na pessoa jurídica, foi invertido e 70% da carteira é composta pela pessoa física. Os 30% destinados à pessoa jurídica atendem um universo de 24 mil empresas.

“Em 2009, quando vencemos o leilão do INSS válido por cinco anos, pagamos, na ocasião, uma tarifa média de R$ 2, agora em 2015, a tarifa média foi de R$ 10. Ainda assim, vencemos o processo em Minas e no estado de São Paulo”, aponta o diretor- executivo financeiro, relações com investidores e marketing do Mercantil do Brasil, Roberto Assumpção. Segundo o executivo, novos produtos foram criados para atender a pessoa física, como seguros e cartões de crédito.

Diante da instabilidade econômica enfrentada pelo país e da alta da taxa básica de juros, o crédito para pessoa jurídica encareceu para as empresas, se tornou mais seletivo e rigoroso, com maiores exigências na demonstração da capacidade de pagamento e taxas de juros mais altas em praticamente todas as linhas ofertadas.

Atendimento Na disputa pela carteira do INSS, o banco competiu com instituições financeiras de grande porte e vem investindo nos beneficiários do Instituto, com a criação de novos produtos e investimentos no atendimento. “O público do INSS vai pessoalmente às agências e valoriza o atendimento pessoal”, diz o executivo. Segundo ele, o investimento em tecnologia também foi forte e o novo prédio do centro de dados do banco consumiu R$ 20 milhões. Perto de 90% das operações de crédito dos beneficiários podem ser feitas em máquinas de autoatendimento, contando com a ajuda do atendimento pessoal nas agências.

Em 2015, o resultado operacional do Mercantil do Brasil alcançou R$ 87,4 milhões. As demonstrações financeiras mostraram evolução nas rendas de prestação de serviços de 32,3%, frente a 2014. As receitas de tarifas cresceram 66%, receitas de operações de crédito, 18,8%, e as receitas de intermediação financeira, 27%.

 

Entrevista

Roberto Godoy Assumpção
Diretor executivo financeiro, relações com investidores e marketing do Mercantil do Brasil

 

Os beneficiários do INSS correspondem hoje ao maior peso na carteira pessoa física do banco. O principal foco do Mercantil do Brasil é o empréstimo consignado?
Hoje 70% da carteira do banco é formada pela pessoa física. No início, o foco principal era o consignado, um empréstimo que mantém baixa taxa média de inadimplência – perto de 2%. Agora, desenvolvemos outros produtos para o beneficiário. Além de cartões de crédito, conta-corrente, seguros, trabalhamos com um crédito pessoal.

Como funciona essa linha de crédito?
Ela tem taxa de juros acima do crédito consignado, e abaixo do cartão de crédito. O beneficiário tem demonstrado demanda para esse produto e capacidade de pagamento, já que a taxa de inadimplência se mantém baixa, por volta de 3%.

O Mercantil do Brasil terá agora uma atuação no investimento?
Sim. Temos um banco de investimento listado em bolsa desde 1972. Esse é um projeto antigo do Mercantil do Brasil. Trabalhamos no tema há cerca de cinco anos, mas naquele momento o projeto não seguiu adiante. Retomamos o plano de negócio há pouco mais de um ano. Fizemos um amplo estudo com consultorias de reconhecimento internacional. Estudamos o mercado e constatamos que as médias empresas têm uma dificuldade para acessar o mercado de capitais, estão distantes dessa possibilidade, existe um vazio para o atendimento desse setor nos grandes bancos de investimento e é esse espaço que queremos ocupar.

Como foi feita a operação de aumento de capital?
A operação foi coordenada pelo Banco Votorantim, foi autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e agora aguarda aprovação do Banco Central, o que, imaginamos, deve ocorrer em até três meses. Fizemos um aporte de capital na ordem de R$ 190,5 milhões, onde o Mercantil do Brasil participou com R$ 40 milhões e a Codepar, (empresa controlada pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – Codemig), com R$ 150 milhões. Temos um plano de negócios onde projetamos atingir no quinto ano do investimento entre R$ 100 milhões e R$ 120 milhões em receitas líquidas anuais.

Como o banco de investimento vai atuar?
Temos quatro modelos principais. Vamos atuar como banco de investimento no processo de emissão de dívidas pela empresa, em situações como a abertura de capital, conhecido como IPO, emissão de debêntures, fundos de investimentos. Vamos operar também em fusões e aquisições, para compra e venda de empresas para auxiliar e intermediar o processo e também em empréstimos em operações estruturadas, como os chamados empréstimos pontes, concedidos até que o crédito principal seja liberado e empréstimos com perfil de longo prazo.


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