O desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte atingiu 7,2% em fevereiro, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Em janeiro, o índice havia atingido 6,9% e em fevereiro do ano passado, 4,9%. É a maior taxa para o mês de fevereiro desde 2008, quando chegou a 7,7%. A média nas seis regiões foi de 8,2%, superior às verificadas em fevereiro de 2015 (5,8%) e em janeiro do presente ano (7,6%), sendo o pior resultado para o mês desde fevereiro de 2009 (8,5%).
"A taxa de desemprego no país não apresentou surpresas. A Região Metropolitana de BH se mantém abaixo da média nacional, a taxa tem crescido mais no Nordeste e em São Paulo", diz Antonio Braz, analista do IBGE em Minas. Segundo ele, o cenário do mercado de trabalho é de queda, com a redução da média da população em 6,8% na comparação anual. "O tempo de procura do emprego também está maior." Na Grande BH o número de desempregados em fevereiro corresponde a 232 mil pessoas a mais que em fevereiro de 2013.
O número de desempregados em fevereiro corresponde a 232 mil pessoas a mais que em fevereiro de 2013.
A população desocupada, estimada em 176 mil pessoas, permaneceu estável no mês e aumentou 41,2% no ano. No país, a taxa chegou a 2 milhões de pessoas, crescendo 7,2% em relação a janeiro - mais 136 mil pessoas. Em relação a fevereiro de 2015, no entanto, o crescimento do número de pessoas desempregadas chegou a 39%, o que significa que mais 565 mil pessoas ficaram sem ocupação.
Já a população ocupada do país fechou fevereiro em 22,6 milhões de trabalhadores para o conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas, neste caso apresentando declínio tanto na comparação mensal (-1,9%, ou menos 428 mil pessoas); quanto em relação a fevereiro de 2015 (-3,6%, ou menos 842 mil pessoas).
O aumento das demissões no comércio foi o principal fator a explicar a alta na taxa de desemprego na passagem de janeiro para fevereiro. A PME apontou queda de 3,9% na ocupação do comércio em fevereiro ante janeiro, com redução de 177 mil pessoas na população ocupada nessa atividade. Na Grande BH, o comércio demitiu 13 mil pessoas em fevereiro, queda de 2,7% em relação a janeiro deste ano.
Segundo Adriana Beringuy essa foi a maior queda, na comparação mensal, para um mês de fevereiro desde o início da série da PME, em 2002. A pesquisadora destacou ainda que, em janeiro, o comércio havia registrado alta na população ocupada em relação a dezembro, sugerindo que a demissão dos empregados temporários contratados para dar conta do aumento de vendas no fim de ano ficou concentrada em fevereiro.
"Da mesma forma que as contratações do trabalho temporário não necessariamente são todas feitas em dezembro, não necessariamente todas as demissões se concentram em janeiro", disse Adriana. "Vamos considerar que essa queda recorde de fevereiro foi antecedida por um crescimento um mês antes", ponderou a pesquisadora.
Já o salário dos que continuam empregados encolheu. Na Grande BH, a renda foi estimada em R$ 2.073,40 em fevereiro de 2016, alta de 2,5% frente a janeiro e queda de 6,8% no ano. A atividade trabalhadores por conta foi a que registrou a maior queda no rendimento médio real dos trabalhadores. Os empregados desse setor estão recebendo 13,2% menos do que no ano anterior, enquanto os da indústria tiveram perda de 8,6% na renda.
Está foi a última vez que o IBGE divulgou a Pesquisa Mensal de Emprego. Ela será substituída pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), que apura os números do desemprego em 211 mil domicílios de 3.464 municípios em todo o país. (Com agências)