A carta de Bendine precedeu um extenso material divulgado na intranet, no qual os funcionários são informados das mudanças na estrutura interna que serão implementadas desta semana até setembro. O teor do comunicado é de engajamento, uma tentativa da direção da empresa de convencer os empregado de que os cortes no pagamento de bonificação com a redução de 44% do número de cargos gerenciais é necessário para preparar a companhia para o atual cenário da indústria petroleira. Segundo o executivo, a Petrobras precisa de "agilidade para se adequar a um novo patamar de preços".
O funcionários também foram informados dos prazos em que as transformações ocorrerão e do desenho das 14 novas gerências executiva vão direcionar o dia a dia da empresa daqui para frente. Na Petrobras, o gerente executivo é o cargo mais importante depois da diretoria. Abaixo dele, na chefia, ainda haverá a figura do gerente e do gerente setorial. Também foram criados seis comitês técnicos estatutários para "emitir recomendações sobre os temas que serão deliberados pelos diretores".
A ideia é evitar episódios como o da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, o ponta pé para a Operação Lava Jato. Condições desfavoráveis do contrato não foram revelados na reunião do conselho de administração em que foi aprovado o negócio, presidida na época pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.
"Um gestor que antes tomava decisões individuais passa agora a tomá-las em grupo. Isso trouxe a necessidade de trabalhar os limites individuais das decisões e as responsabilizações", afirmou o gerente de Organização da Gerência Executiva de Estratégia e Organização, Felipe Dubus, no comunicado interno. Ele diz ainda que a reestruturação interna é o "maior projeto de transformação organizacional da companhia". E conclui que, ao fim do processo, "teremos uma nova empresa".