Nos três primeiros meses do ano, a construtora lançou 973 imóveis, o que representa crescimento de 3,8% em relação a igual período do ano passado (937), mas uma queda de 40% frente aos lançamentos entre outubro e dezembro de 2015. “O ano de 2016 começou mais devagar, porém, o mês de março veio forte. Estamos com o maior caixa de primeiro trimestre da nossa história e isso é muito importante neste momento do país”, comenta Corrêa.
Ele diz que o aumento no número de lançamentos demonstra a crença da empresa na continuação do mercado. “No nosso segmento, de baixa renda, há uma demanda muito forte e, este ano, haverá um volume grande de lançamentos”, antecipa. Segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em conjunto com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgado nesta semana, os lançamentos de imóveis somaram 16.752 unidades entre dezembro de 2015 e fevereiro de 2106, queda de 8,6% na relação anual. Porém, ao levar em consideração os valores acumulados nos dois primeiros meses deste ano, foram lançadas 4.638 unidades, alta de 11% ante o mesmo período em 2015.
Os valores em vendas da MRV caíram 9,8% na comparação do primeiro trimestre de 2016 com o ano passado. Em 2016, foram R$ 1,2 milhão. Em números de unidades vendidas, houve uma redução de 14,4%, chegando, este ano, a 7.730 unidades comercializadas. No mercado brasileiro, de acordo com o levantamento da Abrainc e da Fipe, as unidades vendidas no período de três meses até fevereiro atingiram 22.362, recuo de 18,9% na comparação anual. No acumulado de 2016, as vendas do setor somaram 12.656 unidades, queda de 17%.
Nicho de mercado
Para Leonardo Corrêa, apesar das vendas menores, a MRV conseguiu um valor recorde em caixa porque enxergar neste mercado recessivo uma combinação demográfica de renda. “Além disso, há uma demanda um pouco menor pelos imóveis, porém, a oferta diminuiu mais que a demanda. Então, sobrou um mercado bom e suficiente para conseguirmos navegar”, diz o diretor da MRV. Os lançamentos da empresa neste primeiro trimestre foram 100% elegíveis ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mantendo o foco da companhia no segmento de imóveis econômicos, o qual apresenta maior resiliência.
Prova do otimismo e da visão de longo prazo que a empresa tem do mercado, o banco de terrenos da MRV cresceu, em valores, 28,3% na comparação entre o primeiro trimestre deste ano, com o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 36,3 bilhões em terrenos. Desses, R$ 1,7 bilhão já possuem registro de incorporação (RI) emitidos, correspondendo a 11.602 unidades.