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Estado de Minas

Comerciantes de shoppings de BH divergem sobre fechamento aos domingos

Medida seria para fazer um ajuste à redução do consumo. Decisão, agora, só depende de assembleia dos lojistas


postado em 27/04/2016 06:00 / atualizado em 27/04/2016 07:40

Lojistas e representantes das empresas administradoras de shoppings centers estão no impasse sobre a possibilidade de fechamento do comércio nos centros de compras aos domingos. A proposta é defendida pelos donos das lojas, que buscam na alternativa uma forma de reduzir os custos com salários e benefícios dos empregados e enfrentar a crise econômica, que abateu em até 30% o faturamento. A Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) não aceita a medida, alegando que ela pode agravar o quadro  e  gerar desemprego. O Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte (Sindilojas-BH) vai convocar assembleia para definir o que será feito daqui para frente. Se aprovada a proposta, as lojas poderão deixar de funcionar aos domingos, mesmo sem a concordância dos administradores dos shoppings.


Entidades de representação de lojistas e administradoras dos centros de compras discutiram, ontem, o assunto, mas, sem acordo, não houve decisão. “O Sindlojas-BH aguardou até hoje para que pudesse ter um acordo com empreendedores de shopping porque entendem que está havendo prejuízos. Precisamos que o empreendedor faça a sua parte, mas não houve nenhuma proposta apresentada pela Abrasce”, afirma o presidente do Sindilojas-BH, Nadim Donato.

A negociação com os shoppings foi frustrada, sem qualquer contrapartida como, por exemplo, a redução no valor do condomínio, cogitada por lojistas. O sindicato vai convocar assembleia geral extraordinária e colocar a proposta em votação. Segundo Nadim Donato, caso ela seja aceita, lojistas ficam desobrigados de seguir os termos do contrato de condomínio. Esse documento prevê multa no caso de fechamento das lojas fora do horário de funcionamento do centro de compras. Ainda não há data para a assembleia.

Atualmente, Belo Horizonte conta com 11 shoppings, sendo que a medida seria válida para todos eles. Segundo o superintendente da Associação dos Lojistas de Shoppings Centers (Aloshopping), Alexandre França, a medida encontra aceitação de 70% das lojas satélites, mas não há posição conhecida entre as âncoras (grandes lojas de departamento). A proposta, apresentada como temporária, valeria para todo o comércio, à exceção do setor de alimentação e cinemas.

França explica que o fechamento aos domingos reduziria os custos trabalhistas, aliviando a escala de trabalho e a necessidade de conceder folgas compensatórias. “O lojista não aguenta mais e não enxerga outra solução. Não queremos que o lojista morra e a crise não vai passar rápido”, afirma o superintendente, que observa queda expressiva nas vendas do domingo. Segundo eles, as obrigações previstas em contrato acabam dificultando a administração das empresas. “Os lojistas acabam impedidos de realizar uma gestão eficiente”, afirma.

A Abrasce não concorda com a proposta e argumenta que a medida agravaria a crise e ainda traria queda ainda maior no faturamento. “O domingo é considerado o segundo ou terceiro melhor dia de vendas e representa 14% do faturamento da semana. Se o movimento está difícil, não dá para fechar as portas em um dos melhores dias. A solução tem que passar pela criatividade para fazer aumentar as vendas”,afirma o coordenador estadual da Abrasce em Minas, Daniel Vieira.

Questionado sobre a possibilidade de redução no condomínio ou outra medida que diminua o custo de manutenção da loja, o coordenador informou que isso tem que ser estudado caso a caso. Enquanto não há definição, os shoppings continuam abertos aos domingos.

Desconfiança

A recuperação ensaiada pela confiança do consumidor no início do ano não se confirmou, e o índice caiu 2,7 pontos em abril ante março, na série com ajuste sazonal, com base em pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) fechou o mês em 64,4 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em setembro de 2005. “O resultado decorre de um cenário econômico e político que parece difícil de ser resolvido rapidamente”, avaliou, em nota, a economista Viviane Seda, coordenadora da sondagem. Os números de abril foram influenciados tanto pela piora na avaliação do presente quanto pelo maior pessimismo sobre o futuro. O Índice de Expectativas (IE) recuou 3,2 pontos em relação a  março, para 65,8 pontos. Já o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 1,6 ponto no período, para 64,7 pontos. Na comparação de abril contra igual mês do ano passado, o ICC recuou 10 pontos.


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