A bola de neve que envolve desemprego, inflação e custos de vida tomou proporções ainda maiores. Quase 80% dos consumidores em Belo Horizonte perceberam que, nos últimos seis meses, suas condições financeiras pioraram. Além disso, 69,5% apostam que a situação não vai melhorar nos próximos meses e 64% disseram ainda que a economia vai piorar daqui pra frente. Esse retrato pessimista dos belo-horizontinos faz parte do Indicador de Confiança dos Consumidores da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), divulgado ontem pela entidade e visto, com preocupação, como o termômetro para as vendas do comércio.
Feito trimestralmente desde outubro do ano passado, o levantamento foi realizado, este ano, com 200 consumidores da capital e Grande BH, entre os dias 11 de fevereiro e 11 de março e apontou que 76,5% dos belo-horizontinos afirmaram que sua condição financeira piorou nos últimos seis meses, sendo que, em outubro de 2015 esse percentual era de 52,7%. Os entrevistados que não perceberam nenhuma alteração nas suas finanças somam 19%. E 4,5% observaram alguma melhora. “As pessoas estão sentindo que tudo está pesando no bolso, reflexo da inflação alta, custo de vida mais caro e desemprego”, comenta a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos.
Segundo ela, com esse impacto na percepção das finanças, as expectativas para uma melhora na economia são afetadas, uma vez que o cenário econômico foge ao controle do consumidor. “O retrato reflete no comércio. Sem confiança na economia, as pessoas não consomem, seja porque perderam o emprego e a renda reduziu, seja porque tem medo de sair do mercado de trabalho. Essa incerteza que o país vive, proveniente de uma crise política, estagnou o Brasil e gerou incertezas em todos”, defende Ana Paula. Pela pesquisa, 64% dos consumidores acreditam que a situação da economia brasileira vai piorar, sendo que, em outubro do ano passado, 45,4% disseram isso. A economista acredita que o motivo para esse pessimismo é a incerteza sobre o futuro político e, consequentemente, econômico do país. Apenas 22% dos belo-horizontinos estão otimistas. Já 14% acreditam que a situação permanecerá igual.
A assistente administrativa Paola Quintão, de 33 anos, é uma das que estão pessimistas com a situação brasileira e sentiu no bolso a queda das finanças pessoais. Em fevereiro, depois de 15 anos em uma empresa, ela ficou desempregada e, desde então, buscou vagas no mercado de trabalho, inclusive, fora da sua área de experiência, mas não teve sucesso. “Parei de comprar tudo, nem um brinco compro mais. Parei de viajar, ir a show e bares. As minhas finanças caíram demais e, para piorar, o que consigo de oportunidade de trabalho é para ganhar metade do que ganhei”,conta, acrescentando que, por isso, pretende abrir o próprio negócio. “E não acho que daqui a alguns meses tudo vai melhorar. Aliás, não vejo mudanças”, opina.
ESTAGNAÇÃO Segundo Ana Paula Bastos, é compreensível o pessimismo dos consumidores. “Estamos há um ano e quatro meses com o Brasil parado. Cabe, agora, o consumidor planejar o que vai consumir. Aproveitar ofertas e promoções e evitar, ao máximo, dívidas”, alerta. Esse é o problema que a engenheira civil, Jéssica Freitas, de 24, enfrenta. Desempregada há um ano, ela diz que, como não consegue emprego, parou de comprar roupas, calçados, entre outras coisas que consumia, mas adquiriu dívidas. “Quero que o país volte a andar, porque está muito difícil”, lamenta. Diante das incertezas e dificuldades dos consumidores, Ana Paula aconselha os empresários a planejar o estoque de vendas, fazer ofertas e aproveitar as redes sociais para anunciar. “Não sabemos o que vai ser, a economia está travada”, conclui.
Feito trimestralmente desde outubro do ano passado, o levantamento foi realizado, este ano, com 200 consumidores da capital e Grande BH, entre os dias 11 de fevereiro e 11 de março e apontou que 76,5% dos belo-horizontinos afirmaram que sua condição financeira piorou nos últimos seis meses, sendo que, em outubro de 2015 esse percentual era de 52,7%. Os entrevistados que não perceberam nenhuma alteração nas suas finanças somam 19%. E 4,5% observaram alguma melhora. “As pessoas estão sentindo que tudo está pesando no bolso, reflexo da inflação alta, custo de vida mais caro e desemprego”, comenta a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos.
Segundo ela, com esse impacto na percepção das finanças, as expectativas para uma melhora na economia são afetadas, uma vez que o cenário econômico foge ao controle do consumidor. “O retrato reflete no comércio. Sem confiança na economia, as pessoas não consomem, seja porque perderam o emprego e a renda reduziu, seja porque tem medo de sair do mercado de trabalho. Essa incerteza que o país vive, proveniente de uma crise política, estagnou o Brasil e gerou incertezas em todos”, defende Ana Paula. Pela pesquisa, 64% dos consumidores acreditam que a situação da economia brasileira vai piorar, sendo que, em outubro do ano passado, 45,4% disseram isso. A economista acredita que o motivo para esse pessimismo é a incerteza sobre o futuro político e, consequentemente, econômico do país. Apenas 22% dos belo-horizontinos estão otimistas. Já 14% acreditam que a situação permanecerá igual.
A assistente administrativa Paola Quintão, de 33 anos, é uma das que estão pessimistas com a situação brasileira e sentiu no bolso a queda das finanças pessoais. Em fevereiro, depois de 15 anos em uma empresa, ela ficou desempregada e, desde então, buscou vagas no mercado de trabalho, inclusive, fora da sua área de experiência, mas não teve sucesso. “Parei de comprar tudo, nem um brinco compro mais. Parei de viajar, ir a show e bares. As minhas finanças caíram demais e, para piorar, o que consigo de oportunidade de trabalho é para ganhar metade do que ganhei”,conta, acrescentando que, por isso, pretende abrir o próprio negócio. “E não acho que daqui a alguns meses tudo vai melhorar. Aliás, não vejo mudanças”, opina.
ESTAGNAÇÃO Segundo Ana Paula Bastos, é compreensível o pessimismo dos consumidores. “Estamos há um ano e quatro meses com o Brasil parado. Cabe, agora, o consumidor planejar o que vai consumir. Aproveitar ofertas e promoções e evitar, ao máximo, dívidas”, alerta. Esse é o problema que a engenheira civil, Jéssica Freitas, de 24, enfrenta. Desempregada há um ano, ela diz que, como não consegue emprego, parou de comprar roupas, calçados, entre outras coisas que consumia, mas adquiriu dívidas. “Quero que o país volte a andar, porque está muito difícil”, lamenta. Diante das incertezas e dificuldades dos consumidores, Ana Paula aconselha os empresários a planejar o estoque de vendas, fazer ofertas e aproveitar as redes sociais para anunciar. “Não sabemos o que vai ser, a economia está travada”, conclui.