Horta no espaço de convivência, incentivos às atividades físicas e espírito de união entre os colaboradores. Essas são algumas das ações que as Melhores Empresas para Trabalhar em Minas traçam para o bom ambiente de trabalho. Nas pequenas empresas, com 50 a 249 funcionários, a criatividade tem estreitado cada vez mais as relações dos trabalhadores com as marcas e dado resultado aos empresários. Tanto é que, para este ano, o Laboratório Sabin e a Zetra, por exemplo, estão na contramão da crise e abertas às contratações.
Para isso, o Laboratório Sabin investiu na corrida de rua para os funcionários, que passaram a levar a família para o exercício físico. O resultado foi mais engajamento e produtividade das equipes. A organização ainda tem o projeto Construtores do Futuro, em que cada profissional propõe ideias. Para este ano, por exemplo, foram 400 sugestões, sendo que 65 foram selecionadas e 15 viraram projetos como parte do planejamento estratégico da Sabin. Com a equipe unida e vibrante no trabalho, Abdalla aponta os resultados: “Estamos abrindo novas unidades este ano tanto em Uberaba quanto em Uberlândia, com novas contratações”, avisa.
Da mesma forma, a empresa Zetra – líder no segmento de Gestão Eletrônica de Margem Consignável no país – está com o quadro de funcionários em expansão. Em 13º no ranking da GPTW, a Zetra, segundo ressalta o vice-presidente executivo, Maurício Mendes, sempre acredita no que faz e valoriza seus colaboradores. “Em vez de demitir, estamos ampliando o nosso quadro de funcionários e isso é extramente significativo neste momento”, afirma.
Ressaltando que a empresa é a única no segmento com Certificação ISO 27001, norma que é garantia da gestão da segurança da informação, além do ISO 9001, que certifica gestão de qualidade, Mendes comenta que a Zetra é muito exigente consigo mesma. “O que predomina aqui é a relação de abertura”. Ele conta que há na Zetra um ambiente físico agradável, com área verde, bancos e horta comunitária, onde os funcionários cultivam ervas e hortaliças, e colhem o que plantam. A sala do presidente está próxima a esse ambiente. Além do bom clima organizacional, mantemos a relação do discurso e da ação”, diz.
A linha entre o que se diz e o que se faz é, de acordo com o analista do Sebrae Haroldo Santos, fundamental para uma empresa se tornar boa para se trabalhar. “A primeira coisa é ter pessoas certas nos lugares certos, uma comunicação clara com os funcionários, uma relação interna a ser construída e evitar que aspectos externos dificultem o ambiente organizacional”, enumera. Para Roseluci Mafia, professora do MBA Executivo e consultora organizacional na área de pessoas do Ibmec, as empresas têm que cumprir o que prometem. “A clareza das ações e do que se fala e faz é a chave para a confiança dos colaboradores”, pondera.
Para o analista de treinamento da Zetra, Rodrigo Costa, essa questão é primordial na empresa. Como funcionário, ele conta que, além da horta comunitária, que promove uma integração e um bom ambiente de trabalho, ele sugeriu a atividade física e a empresa abraçou a causa. “Foi criado um grupo de trekking e, atualmente, 18 pessoas vão participar de uma maratona. Quero ficar por, pelo menos, mais três décadas aqui”, diverte-se, acrescentando que, no momento em que muitas empresas estão demitindo, a Zetra está contratando. “É um lugar onde há uma comunicação clara, o que nos deixa bastante seguros”, afirma.
UNIÃO O ambiente familiar da Valore Imóveis, 10ª no ranking, é o atrativo principal para Patrícia Aun, gerente de marketing e há cinco anos funcionária da empresa. Apaixonada pelo trabalho, foi ela quem inscreveu a Valore na pesquisa da GPTW. “É uma empresa familiar, onde não há aquele ambiente competitivo. Todo mundo é unido e quer crescer junto. Estou feliz aqui, os diretores são acessíveis e conseguimos fazer as coisas acontecerem. Ninguém tem sala privada aqui”, comenta.
Segundo o analista do Sebrae, as organizações têm que compreender que hierarquia não é comando, mas, sim, lideranças. “São necessários líderes”, aconselha. De acordo com Flávio Galizzi, diretor-executivo da Valore Imóveis, tudo é compartilhado na empresa. “Em todas as nossas reuniões, abrimos os números para os colaboradores e compartilhamos o momento que vivemos”, diz. Em 2014, quando a empresa começou a sentir a crise, Galizzi conta que se reuniu com os funcionários e foi dito a eles que haveria muito trabalho para que pudessem continuar do mesmo tamanho. “A equipe se uniu, o que foi essencial para nós. Passamos a treinar os trabalhadores duas vezes mais”, diz.