Londres, 14 - Os bancos do Reino Unido emprestaram 2,46 bilhões de libras (US$ 3,47 bilhões) de fundos extras do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), no momento em que o país se prepara para um voto, no dia 23, sobre a permanência ou não na União Europeia. O BoE tem oferecido aos bancos do país liquidez extra, a fim de garantir que eles consigam lidar com qualquer volatilidade no mercado, caso os eleitores votem pela saída da UE no plebiscito da próxima semana.
Os leilões de recompra - onde os bancos colocam colaterais que vão desde títulos lastreados por hipotecas até dívida soberana no banco central em troca de dinheiro - são normalmente realizados a cada mês. Durante junho, porém, o BoE realiza três operações extras, duas antes do plebiscito e uma depois. O montante tomado nesta terça-feira não foi pequeno - nas últimas três operações mensais, os bancos haviam pegado do BoE cerca de 3 bilhões de libras.
As ações dos bancos britânicos caíram na semana passada, com investidores temerosos diante do risco de saída da UE. Os investidores citam várias preocupações, desde os custos para financiamento em alta até o efeito negativo da possível desaceleração econômica. Os bancos com negócios europeus também enfrentam questões na reestruturação de suas operações, para garantir que possam ainda servir seus clientes, caso percam o direito ao "passaporte" dentro do bloco comercial da UE.
Analistas dizem que os bancos britânicos já possuem reservas substanciais de liquidez. As instituições também são bem menos dependentes do mercado para se financiar. No geral, apenas cerca de 15% a 25% do financiamento de um banco do Reino Unido está ligado ao mercado atacadista, excluindo-se as operações de recompra, segundo os analistas do Citigroup.
O BoE teve a ideia dos leilões extras de recompra na época de uma votação na Escócia sobre uma eventual saída do país do Reino Unido. Os escoceses decidiram continuar e com isso o plano não foi colocado em ação. Fonte: Dow Jones Newswires.