Depois de fazer uma enquete para saber a opinião das pessoas de Belo Horizonte sobre o assunto, a Câmara Municipal desistiu de proibir o funcionamento de supermercados na cidade aos domingos. O resultado registrado até esta terça-feira, véspera do encerramento da consulta, foi que 84% , ou 11.694 votos, são contrários ao fechamento e apenas 16% se manifestaram favoráveis (2.258 votos). O presidente da Câmara, vereador Wellington Magalhães (PTN), antecipou no início da noite que vai retirar a matéria. Foram 13.252 cidadãos que se manifestaram no site da Câmara Municipal.
“Minha opinião foi vencida pelo povo, fiz a enquete e o povo decidiu. Então o projeto não vai mais existir, vou retirá-lo e ele vai morrer. Essa é a democracia correta”, afirmou Magalhães.
A justificativa de Magalhães no ato da apresentação do projeto era que “domingo é o dia reservado para ficar com a família” e o cidadão “também tem direito de ir à igreja”. “Domingo é dia do trabalhador”, afirmou no dia da aprovação.
O projeto foi aprovado em primeiro turno em 18 de abril com 28 votos e teve a tramitação suspensa, diante da polêmica sobre o tema. A enquete foi iniciada em 2 de maio para durar 45 dias. Segundo o texto de autoria dos vereadores Wellington Magalhães (PTN), presidente da Câmara, e Preto (DEM), líder do governo, os supermercados e hipermercados que abrissem aos domingos estariam sujeitos a multa diária de a partir de R$ 50 mil.
Logo depois de a Câmara lançar a enquete, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) disse ser contra o fechamento dos supermercados. Para ele, o ideal é deixar a decisão a cargo dos empresários. “É preciso dar essa liberdade ao comércio. É o que nós defendemos e externei essa posição ao presidente da Câmara recentemente”, afirmou em maio.
O assunto também está sendo discutido em projeto de lei na Assembleia Legislativa que traria a proibição para todo o estado.