Brasília - Daqui a dois anos, as instituições financeiras deverão publicar seus planos de recuperação e resolução para momentos de crise em seus sites, de acordo com o chefe do Departamento de Regulação Prudencial e Cambial do Banco Central, Rodrigo Lara Pinto Coelho. Ele deu esta informação durante Seminário de Planejamento da Recuperação e da Resolução Bancária, realizado na sede do BC, em Brasília.
Basicamente, as instituições terão que citar eventos que podem ameaçar a continuidade dos negócios e a sua viabilidade. O BC também quer que a empresa apresente testes reversos, de adequação dos limites críticos e da efetividade das estratégias.
O chefe do Departamento de Regulação Prudencial e Cambial explicou que o BC poderá determinar a inclusão de cenários adicionais no plano de recuperação das instituições e a realização de testes de estresse adicionais. Entre as estratégias que precisam ser apresentadas pela indústria estão alternativas para fortalecimento de capital e liquidação, suporte financeiro de entidades do mesmo grupo e mudanças nas estruturas societárias e organizacionais.
"Esperamos estratégias que sejam críveis, que façam sentido, que possam ser utilizadas no cenário descrito, quando atingidos os níveis críticos para que permitam a efetiva recuperação de capital e de liquidez das instituições", alertou o técnico do BC. "A instituição pode chegar numa estratégia que é linda, maravilhosa, mas pode identificar uma barreira no meio do caminho e a estratégia pode vir a não ser executada", continuou.
As instituições devem comunicar ao BC a respeito da adoção ou não adoção de seus planos. A minuta do projeto prevê a identificação de barreiras e um plano para remoção de barreiras, e que as empresas devem remeter um plano de recuperação com prazos de cumprimento para o BC.
O regulador, por sua vez, poderá determinar ajustes ao conteúdo dos planos e a execução total ou parcial desses planos de recuperação. A determinação de execução pelo BC, no entanto, é limitada.