O sr. voltaria a ser ministro do governo depois da manifestação do Ministério Público sobre seu envolvimento na Lava-Jato?
Primeiro, eu não saí do governo por causa da Lava Jato. Não considero demérito em ser investigado, considero demérito em ser condenado. Já dei explicações, cobrei o posicionamento do Ministério Público. Apoiei e apoio a Lava Jato. Sou presidente do PMDB, estou ajudando. Vou ajudar onde estiver. Tenho interesse que a investigação seja célere porque não se pode colocar uma nuvem de desconfiança sobre todos os políticos do Brasil. Isso agrava a crise. Fora da política existe aventura. E aventura já mostrou no Brasil que não dá certo. Dilma foi uma aventura.
A meta de déficit de mais de R$ 100 bilhões em 2017 não passa a percepção de que o governo não está fazendo o ajuste fiscal?
O governo Temer na economia não vai fazer o milagre de apresentar todos os resultados que queremos. Mas vai mudar as tendências e dar uma sinalização para o médio prazo de que a economia vai entrar no eixo. Vamos defender a meta de 2017 e sinalizar as de 2018 e 2019 como forma de atuar com previsibilidade.
Mas o déficit previsto é muito elevado.
O presidente Michel Temer e o ministro Henrique Meirelles não são mágicos. Ninguém tira coelho da cartola na economia. Ajusta a cartola, dá um polimento nela e recupera a cartola.
A economia vai continuar convivendo com déficits robustos?
Vamos correr para agir com reformas estruturantes, nas questões de concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas). Estamos numa linha que não é só a do corte de gasto. Outras ações no nível econômico têm de ser o forte do governo. Vamos ter também ações de animação econômica.