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Estado de Minas

Cesta básica dispara, ultrapassa a inflação e encarece 4,24% em junho

Para arcar com a alta do custo de vida, brasileiro está trabalhando mais. Em um ano, a jornada necessária para comprar a cesta cresceu 14,9%


postado em 06/07/2016 12:43 / atualizado em 06/07/2016 15:07

Em junho o belorizontino precisou trabalhar mais para fazer frente ao encarecimento de despesas essenciais. O custo da cesta básica na capital acelerou 4,24% em junho em relação a maio, atingindo R$ 425,82, o que representa 52,6% do salário mínimo líquido, aponta pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). A alta foi bem maior que a inflação do mês, que atingiu 0,83% na capital, segundo a Fundação Ipead/UFMG. O custo da cesta registrou alta em 26 das 27 capitais pesquisadas pelo Dieese. Apenas em Natal, a cesta desacelerou -0,54%.

Para comprar a alimentação mínima necessária, o tempo de trabalho em junho, frente ao mês anterior, também aumentou em quatro horas, alcançando 106 horas e 27 minutos. No semestre, a variação desse tempo de trabalho em Belo Horizonte acelerou 14,93%, a maior alta entre as capitais da região Sudeste.

Para fazer frente a aceleração do custo de vida e ao desemprego, trabalhadores têm utilizado o recurso de aumentar a jornada de trabalho. Esse é o caso da cozinheira Rosa Mara dos Santos, 51 anos. Ela trabalha de segunda a sexta e para complementar a renda busca ocupação extra como folguista nos fins de semana. "Os alimentos encareceram muito, o feijão nem se fala." O marido de Rosa está atualmente desempregado e dos três filhos que moram com ela, dois também estão buscando trabalho. "O custo de vida apertou muito no Brasil, por isso estou buscando alternativa para conseguir ganhar um pouco mais e ajudar nas despesas de casa", comenta.

Levando-se em conta uma pequena família de quatro pessoas, dois adultos e duas crianças, o trabalhador belorizontino gastou R$ 1.277,46 somente para cobrir a despesa mínima familiar com alimentação. A pesquisa leva em conta 13 itens da alimentação básica, como feijão, leite, óleo e farinha.

Lúcio Monteiro, técnico do Dieese, ressalta que a variação de junho foi a segunda maior do semestre. "Foi um aumento bem forte, que certamente vai superar em muito a inflação medida pelo IBGE." Segundo o pesquisador, o reajuste de alimentos como o feijão, que eem algumas regiões do país chegou a dobrar de preço, contribuiu para pressionar a cesta básica.

Os produtos que tiveram as maiores altas em junho, na comparação com maio, foram o feijão (46,90%), o leite (10,97%) e a manteiga (7,15%). Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços foram a banana (-6,13%), o óleo (-3,37%) e a farinha (-1,76%). No ano, a alta no preço médio do feijão foi de assustadora (94,53%), a batata encareceu 57,8% e a manteiga 35,07%. Os dois produtos que apresentaram queda em seu preço médio no período assinalado foram o tomate -1,92% e o café -1,09%.


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