Em junho o belorizontino precisou trabalhar mais para fazer frente ao encarecimento de despesas essenciais. O custo da cesta básica na capital acelerou 4,24% em junho em relação a maio, atingindo R$ 425,82, o que representa 52,6% do salário mínimo líquido, aponta pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). A alta foi bem maior que a inflação do mês, que atingiu 0,83% na capital, segundo a Fundação Ipead/UFMG. O custo da cesta registrou alta em 26 das 27 capitais pesquisadas pelo Dieese. Apenas em Natal, a cesta desacelerou -0,54%.
Para comprar a alimentação mínima necessária, o tempo de trabalho em junho, frente ao mês anterior, também aumentou em quatro horas, alcançando 106 horas e 27 minutos. No semestre, a variação desse tempo de trabalho em Belo Horizonte acelerou 14,93%, a maior alta entre as capitais da região Sudeste.
Levando-se em conta uma pequena família de quatro pessoas, dois adultos e duas crianças, o trabalhador belorizontino gastou R$ 1.277,46 somente para cobrir a despesa mínima familiar com alimentação. A pesquisa leva em conta 13 itens da alimentação básica, como feijão, leite, óleo e farinha.
Lúcio Monteiro, técnico do Dieese, ressalta que a variação de junho foi a segunda maior do semestre. "Foi um aumento bem forte, que certamente vai superar em muito a inflação medida pelo IBGE." Segundo o pesquisador, o reajuste de alimentos como o feijão, que eem algumas regiões do país chegou a dobrar de preço, contribuiu para pressionar a cesta básica.
Os produtos que tiveram as maiores altas em junho, na comparação com maio, foram o feijão (46,90%), o leite (10,97%) e a manteiga (7,15%). Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços foram a banana (-6,13%), o óleo (-3,37%) e a farinha (-1,76%). No ano, a alta no preço médio do feijão foi de assustadora (94,53%), a batata encareceu 57,8% e a manteiga 35,07%. Os dois produtos que apresentaram queda em seu preço médio no período assinalado foram o tomate -1,92% e o café -1,09%.