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Estado de Minas

Aumenta em 3,2% número de inadimplentes no Brasil


postado em 12/07/2016 06:00 / atualizado em 12/07/2016 08:00

O número de pessoas físicas inadimplentes no Brasil continua crescendo na comparação anual. De acordo com o indicador apurado pelo SPC Brasil e pela CNDL, o volume de consumidores com contas em atraso aumentou 3,21% em junho, mês do encerramento do primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Apesar de se tratar da menor expansão do número de devedores para os meses de junho verificada nos últimos seis anos, para a economista-chefe do SPC-Brasil, Marcela Kawauti, a notícia não é boa. “Ainda que a inadimplência tenha crescido menos, estamos nas alturas com as dívidas e já são 59 milhões de brasileiros que não conseguem honrar seus compromissos financeiros”, diz.

Na comparação com anos anteriores, as variações positivas haviam sido de 5,22% (2015), 5,84% (2014), 4,70% (2013), 7,32% (2012) e 6,58% (2011). O indicador não leva em consideração a Região Sudeste devido a entrada em vigor da Lei Estadual nº 15.659, conhecida como ‘Lei do AR’, que estabelece um processo mais demorado de notificação de inadimplentes em São Paulo. Na comparação mensal, sem ajuste sazonal, o indicador de inadimplência apresentou um recuo de 0,77% no volume de consumidores inadimplentes – foi a queda mais forte desde dezembro do ano passado (-1,13%).

Em números absolutos – e levando em conta todas as regiões brasileiras – o SPC Brasil estima que aproximadamente 59,1 milhões de pessoas físicas terminaram o primeiro semestre de 2016 inscritas em cadastros de devedores. O número atual representa 39,76% da população com idade entre 18 e 95 anos. Para um balanço do semestre, mais de dois milhões de brasileiros passaram a fazer parte das listas de inadimplentes somente no ano de 2016, já que em dezembro de 2015 estimava-se um total de 57,1 milhões de brasileiros com restrição do crédito.

Efeito juros

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a desaceleração do indicador não pode ser interpretado como um sinal de que os consumidores com contas em atraso estão quitando suas dívidas, mas como um reflexo do crédito mais restrito. “Os juros elevados, a inflação corroendo o poder de compra e a perda de dinamismo do mercado de trabalho tornam os bancos e os estabelecimentos comerciais mais rigorosos e criteriosos na política de concessão de financiamentos e empréstimos, o que implica em uma menor oferta de crédito na praça. Por sua vez, essa menor oferta de crédito funciona como um limitador do crescimento da inadimplência”, explica o presidente.

Outro indicador que também cresceu com menos vigor foi o número de dívidas. Em junho deste ano, mês de encerramento do primeiro semestre, frente ao mesmo mês do ano passado, a alta foi de 3,24%. Nos dois anos anteriores, o crescimento fora praticamente o dobro: 6,46% em junho de 2015 e 6,18% em junho de 2014, considerando a base anual de comparação. Na variação mensal, frente a maio, sem ajuste sazonal, a queda foi de -1,0%.


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