Estudo do Instituto Locomotiva traçou um perfil do bolso e da cabeça dos 25% mais ricos da população brasileira, que movimentam R$ 2,2 trilhões, representando o maior mercado consumidor do País em volume de dinheiro. Segundo a pesquisa o bolso do consumidor já não explica mais a cabeça do brasileiro.
Os hábitos e comportamentos dessa parcela da elite brasileira também sofreram mudanças ao longo dos últimos anos. Segundo a pesquisa, 63% da camada mais rica da população afirmou ter andado de transporte público no último mês e 48% nunca andaram de avião. O estudo aponta para uma elite mais heterogênea, rompendo conceitos de classificação econômica que não se aplicam mais nos dias atuais. "Milhares de brasileiros ascenderam economicamente nos últimos anos, mas são pessoas que, embora tenham grande poder aquisitivo, ainda têm cabeça de classes C e D. A renda não acompanha o repertório” aponta Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
O Instituto Locomotiva foi recém-criado por Renato Meirelles, ex-presidente do Data Popular, e Carlos Alberto Júlio, ex-presidente da construtora Tecnisa.
Rico empreendedor
Segundo o estudo, entre os mais ricos da população há uma forte componenete do empreendedorismo e uma boa fatia não herdou recursos da família, mas teria construído o próprio patrimônio. De acordo com a pesquisa, 50,3% dos brasileiros que fazem parte da camada mais rica pertencem à primeira geração de pessoas com dinheiro da família, sendo impulsionados pelo empreendedorismo. “A nova elite econômica está pulverizada. Temos muitos brasileiros ricos que moram no interior, em regiões afastadas dos grandes centros urbanos ou até mesmo em estados com vocação agrícola”, destaca Meirelles.