São Paulo, 25 - O início da desaceleração dos preços de itens do grupo Alimentação corrobora a trajetória esperada para o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), de acordo com o coordenador do indicador, professor Paulo Picchetti. Para ele, o movimento reforça a previsão de que a inflação medida pela Fundação Getulio Vargas feche o mês em 0,30%.
No encerramento de junho, quando o IPC-S teve alta de 0,26%, Picchetti já projetava que o indicador marcasse em 0,30% em julho. "A ideia era que a pressão de tarifas públicas de energia e água em São Paulo fosse substituída pela pressão pontual dos alimentos. E é isso que estamos vendo", disse Picchetti.
O IPC-S marcou 0,44% na primeira quadrissemana de julho e desde então vem desacelerando, passando de 0,41% na segunda para 0,36% na terceira. De acordo com Picchetti, o abrandamento ocorre por causa do alívio no grupo Alimentação, que passou de 0,89% para 0,71% na comparação entre as duas últimas quadrissemanas.
"Alguns itens, como o feijão, começaram a reverter e serão responsáveis pela desaceleração do grupo. A tendência do grupo como um todo é desacelerar e influenciar o IPC-S, que está bem na trajetória esperada", afirmou.
A alta do feijão foi abrandada de 42,12% na segunda quadrissemana de julho para 32,26% na terceira.
Na avaliação de Picchetti, caso a previsão de 0,30% para o mês se confirme, a taxa estará mais compatível com a virada de semestre, quando a inflação historicamente tende a abrandar. "Conseguiremos caminhar na direção de um alívio da inflação para o final do ano se for mantida essa taxa que tivemos em junho e a que podemos ver em julho", disse.