São Paulo, 25 - O número de empresas inadimplentes no Brasil subiu 12,34% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 25, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Já na comparação com maio deste ano, houve queda de 0,71%.
Enquanto isso, o número total de dívidas ligadas a essas empresas inadimplentes teve alta anual de 15,55% e queda mensal de 0,69% em junho.
"Nos últimos meses, tanto o número de empresas devedoras quanto o de pendências ligadas a estas empresas seguem em crescimento moderado, já que ambos os indicadores vêm mostrando desaceleração desde março de 2016. Apesar disso, as taxas de crescimento da inadimplência de pessoas jurídicas continuam sendo expressivas, o que reflete as dificuldades econômicas enfrentadas no País", afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Segundo ele, o aumento do desemprego, a inflação em patamares elevados e a baixa confiança dos consumidores e empresários afetam a capacidade de pagamento das empresas.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o crescimento da taxa de inadimplência ao longo de 2015 e 2016 demonstra o quanto o aprofundamento da recessão afetou as empresas. "A economia brasileira deteriorou-se rapidamente, o que impactou a renda das famílias e o faturamento das empresas", explicou.
Na divisão geográfica, o Nordeste foi a região com maior crescimento anual no total de empresas inadimplentes em junho (+14,31%), seguido do Centro-Oeste (12,69%), Sul (10,66%) e Norte (10,05%).
Já na variação mensal, a maior queda foi registrada no Norte (-1,67%), seguido do Sul (-0,86%), Centro-Oeste (-0,52%) e Nordeste (-0,40%). A região Sudeste não foi considerada devido à Lei Estadual nº 15.659 que vigora no Estado de São Paulo e dificulta a negativação de pessoas físicas e jurídicas no Estado.
Considerando-se os setores econômicos, o maior avanço interanual entre os devedores em junho se deu em Serviços (+14,98%), seguido da Indústria (12,35%), Comércio (12,22%) e Agricultura (7,13%).