Rio de Janeiro e BH – A última fronteira de segurança e conveniência para difundir o uso do celular como carteira de pagamento parece ter encontrado um empurrãozinho no reconhecimento da íris. A novidade, que tomou cinco anos de trabalho de técnicos em desenvolvimento da Samsung, é a aposta da empresa. Ontem, a gigante sul-coreana mostrou o recurso, no lançamento do smartphone Galaxy Note 7. A tecnologia é mais uma aliada da evolução dos meios de pagamento no Brasil. Mas, na opinião do diretor-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Ricardo Vieira, ela não está sozinha. “As grandes operadoras de telefonia celular já fizeram parcerias com os grandes bancos que atuam no país. Todos já têm uma solução em mobile”, afirma. Oi, TIM, Claro, Bradesco e Vivo já contam com soluções desse tipo. Apesar da multiplicação, ainda não há uma estatística sobre o volume de transações, envolvendo cartões, efetuadas pelo celular. O que há é uma certeza: “A tendência é de crescimento, pois aumenta a cada dia”, garante Vieira. Para se ter ideia, os gastos com cartões somaram R$ 275 bilhões no segundo trimestre, com alta de 7,9% em relação a igual período de 2015, apesar da crise econômica.
O consumidor deve acessar o aplicativo onde cadastrou previamente seus cartões de crédito, o Samsung Pay. Então, deve escolher se entra com senha ou com o scanner de íris. Ao optar por essa última possibilidade, o usuário deve fazer uma selfie, para encaixar os olhos no local indicado. É preciso estender bastante o braço para conseguir o enquadramento. Uma vez que o telefone fez o reconhecimento, abre-se a possibilidade do pareamento ao aproximar o aparelho de telefone da maquininha de pagamento. O celular vibra, a máquina aprova a transação e imprime os comprovantes, da maneira tradicional.
Vieira explica que no país já há 4,4 milhões de máquinas para leitura de cartões. Dessas, entre 60% e 70% já estão aptas a captar os sinais enviados pelos celulares. “Os altos investimentos feitos nos últimos 20 anos permitiram ao Brasil contar com a rede mais moderna para a captura de transações”, afirma.
Ao experimentar a novidade, fica a sensação de que chegou mesmo o futuro imaginado no segundo episódio da franquia StarTrek, em 1982, quando personagens acessavam arquivos secretos em computadores usando o scanner de retina. Daí à difusão da tecnologia no cotidiano, contudo, falta um bom caminho. Ainda não dá para prever um prazo para que o cartão de plástico seja totalmente eliminado das carteiras. Um dos obstáculos é o preço dos aparelhos: o Note7, que inclui versão à prova d'água, estará disponível a partir da primeira quinzena de setembro no Brasil, com preço sugerido de R$ 4,3 mil. A pré-venda começa em 22 de agosto.
* O repórter viajou a convite da Samsung