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Estado de Minas

Crise força Habib's, Momo e La Place a fechar lojas

Redes tradicionais do comércio de alimentação de BH encolhem, como forma de ajuste à queda da demanda. Associação do setor prevê fechamento de 5 mil empresas em 2016


postado em 04/08/2016 00:12 / atualizado em 04/08/2016 07:38

(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Exemplares do comércio tradicional de Belo Horizonte, com clientela fiel conquistada ao longo dos anos, lojas da Momo Confeitaria e da rede de comida rápida Habib's, além do Café de La Place, fecharam as portas em pontos de grande fluxo e localização privilegiada da capital mineira. Pressionados ora pela crise econômica, ora pelo alto valor dos alugueis, esses estabelecimentos engrossam uma preocupante estatística para a cidade: até o fim do ano, cerca de 5 mil bares, lanchonetes e restaurantes na capital podem seguir o mesmo caminho e encerrar suas atividades. A previsão é da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Minas Gerais. Segundo a instituição, um em cada três estabelecimentos mineiros e brasileiros está com as contas no vermelho.


Culpando a crise econômica pela qual passa o Brasil, a rede Habib's encerrou as operações das lojas que mantinha no Bairro Gutierrez, Zona Oeste da cidade, e no Minas Shopping, nos últimos dias. Em comunicado enviado ao Estado de Minas, a empresa revelou que, nos próximos dias, vai fechar sua cozinha industrial – responsável por toda a produção de alimentos comercializados nas unidades de Minas e região, com a transferência de todo o processo produtivo para a cidade de Goiânia. No entanto, a rede não informou se isso é sinal de que todas as outras quatro unidades instaladas no estado serão desativadas. Uma delas, aquela localizada na Avenida General David Sarnoff, no Itaú Power Shopping, em Contagem, na Grande BH, está sob suspeita de encerramento.


De acordo com a empresa, com o fechamento de duas lojas, 150 a 200 postos de trabalho foram eliminados. “As mudanças se devem às atuais circunstâncias econômicas, somadas às conjunturas locais, reposicionamento estratégico e legislação tributária desfavorável à alimentação no estado”, diz o texto. Em 2014, a rede foi investigada por um suposto esquema de sonegação fiscal. Operação encabeçada pela Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais – batizada de Flex Food – cumpriu mandados de busca e apreensão de documentos físicos e eletrônicos em três locais: o escritório principal da empresa em São Paulo, a cozinha central de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e na unidade do Habib’s do Bairro Gutierrez. As investigações também foram feitas em outros estados e, na época, a empresa informou que analisaria o fato para depois se posicionar.


ALTO CUSTO


Durante 15 anos, a confeitaria Momo manteve uma unidade na Savassi, ao lado do shopping Pátio Savassi. Por ali, o movimento aparentemente era intenso e mantinha um público fiel. Porém, de acordo com o dono do empreendimento, Henrique Guerra, em 1º de julho, o local encerrou as atividades no espaço, que era alugado. “Por causa do aluguel, resolvemos sair dali e manter as nossas unidades cujos imóveis são nossos”, explica. Segundo ele, ao fechar a unidade, a empresa expandiu loja instalada no Bairro Cidade Jardim, que contava com 80 metros quadrado e, agora passou a dispor de 300 metros quadrados.

“A Savassi era um ponto valorizado, mas os clientes vão poder apreciar os nossos produtos em outras lojas que ficaram maiores. A da Floresta, por exemplo, está reformada e vamos reformar também a do Buritis”, avisa Henrique. Ele acrescenta que não houve demissões e, para as expansões, o quadro de funcionários teve de ser ampliado em 5%. Guerra comenta que a crise econômica impactou no serviço de encomendas. “Há três anos estamos mantendo o mesmo resultado de faturamento”, comenta.

Na última sexta-feira, a tradicional cafeteria e restaurante com ares parisienses no Bairro Funcionários, o
Café La Place, encerrou suas atividades. De acordo com frequentadores, a queda no movimento foi o motivo do fechamento. Há duas décadas, o estabelecimento, instalado na esquina da Avenida Brasil com Avenida Afonso Pena, atraia apreciadores de cafezinho e de um bom papo. O dono despediu da clientela com uma faixa afixada na porta do local. O Estado de Minas tentou contato com os responsáveis pelo estabelecimento, mas sem sucesso.

 

Enquanto isso...

...Farmácias faturam

As vendas das grandes redes de farmácia brasileiras cresceram 12,66% no primeiro semestre de 2016 na comparação com igual período do ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). O faturamento do setor entre janeiro e junho atingiu R$ 19,3 bilhões. Considerando-se apenas o mês de junho, as vendas somaram R$ 3,3 bilhões, uma expansão de 12,65% na comparação anual. A categoria de medicamentos genéricos foi a que mais avançou no semestre. A receita proveniente desse tipo de remédio aumentou 12,86% frente ao ano passado, atingindo R$ 2 bilhões nos primeiros seis meses deste ano. Já as vendas de outros itens à exceção de remédios cresceram 11,95% no semestre ante igual período de 2015. Produtos da área de higiene e beleza trouxeram faturamento de R$ 5,7 bilhões para as farmácias entre janeiro e junho.


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