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Estado de Minas

Dólar caro, inflação e desemprego faz gasto de brasileiros no exterior despencar

Com crise, despesas fora do país recuam para US$ 1,36 bilhão em julho, no menor valor desde 2009


postado em 24/08/2016 00:12 / atualizado em 24/08/2016 08:28

(foto: Silas Scalioni/EM/D.A Press )
(foto: Silas Scalioni/EM/D.A Press )
Nem mesmos as férias levaram os brasileiros a gastar mais nas compras fora do país. Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 1,36 bilhão em julho, o menor valor para o mês desde 2009, segundo informou ontem o Banco Central. Em relação a igual período do ano passado, quando as despesas lá fora somaram US$ 1,67 bilhão, a redução foi de 18,8%. A crise econômica no país, com aumento do desemprego e queda da renda das famílias contribuíu para a retração. Também contribuem para o fim da farra no exterior a alta da inflação e o elevado nível de endividamento das famílias, além do dólar ainda relativamente alto frente aos últimos anos, o que encareceu passagens, estadia em hotéis e produtos comprados lá fora.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, informou que nos 15 primeiros dias úteis de agosto foi registrado um gasto de US$ 417 milhões no Brasil, contra US$ 297 milhões no mesmo período do ano passado – uma alta de US$ 121 milhões. “Sem dúvida, isso já é o efeito da Olimpíada”, disse Maciel. Ele observou que os gastos com cartão de crédito serão registrados nas estatísticas nos próximos meses. “Teremos ainda repercussão (nas despesas de estrangeiros no Brasil) até setembro, muito embora o maior impacto seja nos primeiros 15 dias de agosto”, declarou.

De acordo com Maciel, o gasto total dos estrangeiros no Brasil, por conta da Olimpíada, pode ser “um pouco” maior do que os US$ 200 milhões estimados pelo BC. “Nada muito fora (dessa previsão)”, acrescentou ele. No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 7,89 bilhões. Segundo o BC, é o menor valor para o período em sete anos, ou seja, desde 2009. Naquele ano, os gastos somaram US$ 5,49 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando as despesas lá fora ficaram em US$ 11,61 bilhões, a queda foi de 32%.

Rombo


Mesmo com os brasileiros gastando menos no exterior, o resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 4,050 bilhões em julho, após o déficit de US$ 2,479 bilhões em junho. A projeção do Banco Central para a conta-corrente do mês passado era de um saldo negativo de US$ 4,3 bilhões, em razão da expectativa de que o ajuste nas contas externas, no segundo semestre, venha em ritmo mais lento, em meio a um real mais valorizado e aos sinais de estabilização da atividade.

A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 4,327 bilhões em julho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,326 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 6,278 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no vermelho em US$ 3,551 bilhões. No acumulado do ano até julho, o rombo nas contas externas soma US$ 12,541 bilhões. Já nos últimos 12 meses até julho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 27,852 bilhões, o que representa 1,57% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta relação é igual à de dezembro de 2009 e a menor desde novembro do mesmo ano, quando ficou em 1,42%.


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