Depois de quase ultrapassar o valor de R$ 4 por litro, a gasolina em Belo Horizonte começa a ficar mais barata e aliviar o bolso do consumidor. Pesquisa do site Mercado Mineiro, feita com exclusividade para o jornal Estado de Minas, mostra que o preço médio do combustível caiu 0,89% de 28 de junho a 22 de agosto, passando de R$ 3,604 para R$ 3,572. Na Região de Venda Nova, a queda foi a mais acentuada, com recuo de 2,82% no período. No país, o valor da gasolina contribuiu para que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) desacelerasse da segunda para a terceira prévia de agosto, conforme dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgados ontem. De 0,48%, a variação de preços recuou para 0,39%.
Embora a notícia possa alegrar condutores, ela é reflexo da crise na economia, conforme destaca o diretor-executivo do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu. “Ouvimos durante a pesquisa muita reclamação dos donos de postos que estão prestes a fechar as portas. A queda no preço pode ter muitos fatores, mas o principal deles é a falta de demanda. O consumidor está consumindo menos gasolina e isso tem pressionado as revendas a baixar o preço”, comenta Abreu.
Em janeiro, quando entrou em vigor o novo valor usado como referência para cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da gasolina comum, premium, diesel e do etanol, os postos em BH aumentaram em R$ 0,05 o valor cobrado na bomba tanto para a gasolina quanto para o álcool.
De acordo com o site Mercado Mineiro, que pesquisou os preços dos combustíveis em 134 postos de BH e região metropolitana na semana de 22 de agosto, na Região de Venda Nova, a queda do preço da gasolina comum foi a mais acentuada. Em junho, segundo a pesquisa, o valor médio do litro era de R$ 3,686 e, em agosto, chegou a R$ 3,582. Na região Centro-Sul e em Betim houve aumento de 0,49% e de 0,03% respectivamente (veja quadro).
Para o álcool, o levantamento mostrou que houve queda nos valores mais altos, passando de R$ 2,999 para R$ 2,899. No preço médio, houve um aumento de 0,56%, de R$ 2,479 para R$ 2,493. O óleo diesel também ficou mais caro em 0,19%, passando de R$ 3,115 para R$ 3,121. “Esses poderiam ter aumentado mais, mas não aumentaram. Como estamos ouvindo reclamações de postos, a migração para o etanol pode não ter sido tão alta, já que os postos estariam ganhando com isso”, afirma Feliciano.
INFLAÇÃO
No país, a gasolina também foi um dos itens que freou a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que desacelerou para 0,39% na terceira quadrissemana de agosto segundo a FGV. O resultado ficou 0,09 ponto porcentual abaixo do registrado na leitura imediatamente anterior. Das oito classes de despesas analisadas, cinco apresentaram decréscimo em suas taxas de variação: Transportes (0,36% para 0,18%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,91% para 0,67%), Vestuário (0,32% para -0,06%), Comunicação (0,55% para 0,32%) e Despesas Diversas (0,19% para 0,03%). Em contrapartida, apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (0,69% para 0,70%) e Educação, Leitura e Recreação (1,10% para 1,11%).