Rio de Janeiro – Considerado uma prévia da inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo caiu de 0,54% em julho para 0,45% em agosto influenciado, principalmente pela desaceleração dos preços dos alimentos, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da desaceleração, a taxa de agosto é a maior para o mês desde 2004, quando o indicador subiu 0,79%. No ano, o IPC-S acumula alta de 5,66%, enquanto em 12 meses ficou em 8,95%. Segundo informou o IBGE, a prévia da inflação ficou praticamente estável na Região Metropolitana de Belo Horizonte, passando de 0,59% em julho para 0.60% em agosto. No ano, o IPCA-15 da capital mineira tem alta de 6,15% e em 12 meses a variação chega a 8,67%.
De julho para agosto, o que mais contribuiu para que o IPCA-15 desacelerasse foi a alta de preços dos alimentos, que recuou de 1,45% para 0,78%. Dentro desse grupo, o feijão carioca, considerado o novo vilão da inflação, subiu bem menos de uma prévia para a outra, passando de um aumento de 58,06% para uma alta menor, de 4,74%. Alguns produtos registraram queda de preços em agosto. Ficaram mais baratos cebola (-22,81%), batata-inglesa (-18%) e hortaliças (-9,01%).
Mesmo com altas menores, os alimentos foram responsáveis por 44% da inflação deste mês, o equivalente a 0,20 ponto porcentual da taxa de 0,45%, segundo o IBGE. Os maiores aumentos no grupo Alimentação foram registrados nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (1,31%), Rio de Janeiro (1,15%) e Fortaleza (1,10%), enquanto que a alta menos acentuada foi na região metropolitana do Recife (0,32%).
Também ajudaram o IPCA-15 a registrar variação menor os preços de vestuário, que recuaram 0,13%, de habitação, que tiveram queda de 0,02%, puxadas por energia elétrica (-1,87%), e o de transportes, que desacelerou para 0,10% com a redução nos preços da gasolina. Ao contrário dos outros grupos, o de preços relativos à educação subiram mais de julho para agosto (de 0,1% para 0,90%). “Os cursos regulares tiveram variação de 0,97%, enquanto os cursos diversos (informática, idioma, etc.) subiram 1,13%”, informou o IBGE.
Energia elétrica
A tarifa de energia elétrica recuou 1,87% em agosto, dentro do IPCA-15. O item ajudou a reduzir em 0,02% as despesas das famílias com habitação no mês. A conta de luz ficou mais barata graças aos cortes registrados nas regiões metropolitanas de Curitiba (com queda de 4,76%, devido à redução de 13,83% nas tarifas que passou a vigorar em 24 de junho), São Paulo (-3,94%, proveniente de um corte de 7,30% nas tarifas a partir de 4 de julho, em uma das concessionárias) e Porto Alegre (-0,34%, como consequência da redução de 7,50% em vigor desde 19 de junho, também em uma das concessionárias). O desempenho da energia elétrica foi influenciado ainda pela redução nas alíquotas do PIS/Cofins em seis das 11 regiões pesquisadas. Em Belém, a alta de 1,12% na conta de luz reflete o reajuste de 7,50% na tarifa em vigor a partir do dia 7 de agosto.