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Estado de Minas

Copom tende a manter taxa básica de juros

O Banco Central (BC) deve manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano amanhã, após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).


postado em 30/08/2016 06:00 / atualizado em 30/08/2016 09:53

Brasília – O Banco Central (BC) deve manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano amanhã, após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A decisão deve ser influenciada pela leve alta da estimativa da inflação para 2017, que subiu de 5,12% para 5,14%, segundo a expectativa do mercado refletida pelo Boletim Focus, divulgado semanalmente pela autoridade monetária. Apesar disso, o relatório mantém uma projeção de 13,75% ao ano para a Taxa Selic neste ano.

A expectativa do mercado para a inflação de 2016 teve um resultado pessimista, segundo os analistas ouvidos pela publicação. Após uma série de reduções nas previsões, a expectativa de queda da inflação recuou na última semana. Manuel Enriquez, professor da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), declarou que, pela posição do presidente do BC, Illan Goldfajn, a Selic só deve cair quando a inflação demonstrar convergência para o patamar de 4,5%. “O Copom não deve reduzir a Selic com a inflação ainda alta em 5,14%, pois ainda está muito longe da meta estipulada pelo governo”, apontou.

O resultado negativo da projeção dos preços também puxou para cima o resultado da Taxa Selic do fim de 2017. A estimativa do mercado passou de 11% anuais, para 11,25%, o que reforça a necessidade de um maior empenho do BC para controlar a inflação. Na opinião de Eduardo Velho, economista-chefe da A2A INVX Asset, a maior inflação em 2017 está atrelada às incertezas dos agentes econômicos com o empenho do governo federal para o ajuste fiscal do país.

“O aumento é uma consequência da mudança da percepção fiscal que se tem do ambiente econômico. O impacto da incerteza para a inflação de 2017 foi bastante influenciado pelos projetos que afetam as contas públicas e que estão em discussão no Congresso Nacional. É posto em pauta o real comprometimento do governo com o ajuste, já que alguns projetos têm impacto nos próximos cinco anos”, frisou.

O economista citou o projeto de reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que gera o chamado “efeito cascata” da correção da remuneração aos juízes e magistrados dos estados e municípios. A aprovação deve causar um impacto anual de R$ 1 bilhão nas contas públicas. Velho também citou os projetos de renegociação da dívida dos estados.

No boletim focus, a taxa de câmbio para o fim de 2017 ficou estável e o dólar deve ficar em US$ 3,45 no final do próximo ano. A produção industrial caiu e deverá ficar em 0,5%, frente aos 1,05% da última pesquisa.

 

RETOMADA A perspectiva melhorou para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem. No boletim Focus, a economia crescerá 1,23% em 2017, frente a 1,2% estimado anteriormente pelos analistas. Na mesma visão, Enriquez também não crê que a alta da inflação esteja relacionada com a retomada do crescimento, apesar do mercado prever o PIB maior para o ano que vem. “O que houve foi uma leve melhora, então a recessão deverá ser um pouco menor. Mas ainda estamos numa bela enrascada. Não há sinal de aquecimento a ponto de dizer que a inflação será influenciada pela demanda das famílias”, alegou.

Em resposta aos juros altos, as centrais sindicais farão um ato contra a possível manutenção do Copom em 14,25% ao ano. O movimento será hoje, por volta de 10h da manhã, em frente a sede do Banco Central na Avenida Paulista, em São Paulo.


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