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Estado de Minas

Construtoras querem teto maior para financiar imóveis pelo SFH

Representantes do setor imobiliário apresentaram proposta para ampliar limite de preço d de R$ 750 mil para R$ 1,5 milhão


postado em 17/09/2016 06:00 / atualizado em 17/09/2016 08:01

Prédios de apartamentos residenciais em construção em Belo Horizonte: o ajuste pretende incluir ao sistema 75% dos imóveis vendidos fora dele(foto: Juarez Rodrigues/ EM/ D. A Press)
Prédios de apartamentos residenciais em construção em Belo Horizonte: o ajuste pretende incluir ao sistema 75% dos imóveis vendidos fora dele (foto: Juarez Rodrigues/ EM/ D. A Press)

Brasília – Diante do aumento do número de imóveis em estoque e do crescimento no volume de devoluções, entidades do setor imobiliário se uniram para negociar com o governo reajuste no valor dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) dos atuais R$ 750 mil para até R$ 1,5 milhão. A proposta foi apresentada ao Banco Central e ao Ministério do Planejamento e, de acordo com os representantes das associações, “foi bem recebida” pelas autoridades. A expectativa dos empresários é que essa mudança ocorra ainda este ano.


A ideia é que o enquadramento no SFH – que tem taxas mais atraentes no mercado porque utiliza os recursos da caderneta de poupança – tenha dois tetos. O primeiro, de R$ 1 milhão, para quem pretende comprar imóvel usando recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O outro, de R$ 1,5 milhão, para quem quiser usar a modalidade de empréstimo SFH sem necessidade de saque do FGTS.


O vice-presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Renato Ventura, destacou que essa readequação dos valores do SFH permitirá que 75% dos imóveis que hoje estão fora do sistema se enquadrem. “Essa mudança ajudará a retomada do setor, o aumento de empregos, e permitirá aos compradores obter financiamento para valores que se adéequem às ofertas”, afirmou.


De acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, o principal objetivo dessa mudança é evitar novos distratos, como são chamadas as devoluções de imóveis na entrega das chaves, em função da mudança de patamar de avaliação do bem. É nesse momento que os financiamentos finalmente são formalizados e o imóvel é dado em garantia. E o descasamento de preços em, relação ao momento em que o imóvel foi oferecido na planta inviabiliza muitos negócios. “Aí, vira um dilema”, conta o presidente da CBIC. Para Martins, a correção do teto até R$ 1 milhão ainda é insuficiente para dar movo ânimo ao mercado, mas pode ajudar a diminuir o volume de estoque existente, “o que já é um bom começo”.

Discussão


Rodrigo Luna, presidente da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabaci Brasil), destacou que a proposta está sendo discutida no âmbito do governo com o Banco Central e ela ainda precisa ser formatada para ser encaminhada ao Conselho Curador do FGTS. “O objetivo é corrigir a defasagem do valor do teto do SFH desde 2013 porque o valor não acompanhou sequer a evolução da inflação. O governo está mostrando receptividade e está analisando a questão, querendo concluir o assunto”, disse.


O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Conselho Curador do FGTS, Claudio da Silva Gomes, disse que o órgão está atento ao pleito e “aguarda o envio da proposta para que ela seja analisada”. Procurados, o Banco Central e os ministérios integrantes do Conselho não comentaram o assunto.


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