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Estado de Minas

'Tarifa branca' nos preços de energia pode aliviar inflação


postado em 19/09/2016 06:00 / atualizado em 19/09/2016 07:55

São Paulo – A regulamentação da chamada "tarifa branca" nos preços de energia pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que permitirá ao consumidor optar por uma conta de luz com preço flexível, foi bem recebida por economistas, dada a possibilidade de trazer alívio para a inflação. Mas só no longo prazo, pois a adesão ao novo sistema poderá ocorrer a partir de janeiro de 2018. Ainda assim, a possibilidade será primeiro oferecida a unidades de consumo com média mensal de 500 kilowatt/hora (kWh) ou novas ligações solicitadas às distribuidoras.


O consumidor terá opção de pagar menos pela energia consumida fora do horário de pico como o fim de tarde e início da noite nos dias de semana, quando a demanda diária por eletricidade atinge níveis mais elevados. Discutida em audiência pública há três anos, e prevista para vigorar ainda em 2014, só agora a Aneel aprovou as regras para a aplicação da chamada tarifa branca.


O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas, vê a medida como positiva e racional. Para ele, a nova tarifa pode ser melhor aproveitada pelo consumidor mais disciplinado, que consegue se organizar para ter o desconto. Já quem não tem tanta flexibilidade talvez não se beneficie. “De todo modo, discutir o custo de um serviço público com a população é bem-vindo e pode ter impacto significativo.”


Chagas lembrou da recente política de desconto, em São Paulo, pela concessionária Sabesp, para quem economizasse água e, ao mesmo tempo, multa a quem extrapolasse determinado nível. “Houve adesão e teve efeito importante na inflação (alívio). Pena que acabou”, disse.

Cálculo difícil De acordo com a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), para adotar a nova tarifa, as empresas terão de trocar os aparelhos medidores. Na avaliação da entidade, é difícil calcular a relação custo/benefício sem saber o valor dos equipamentos, o impacto econômico para as distribuidoras e o número de consumidores que podem aderir ao novo modelo. De acordo com a regulamentação nos dias úteis, o valor da tarifa branca vai variar em três horários: ponta, intermediário e fora de ponta. Na ponta e no intermediário, a energia será mais cara. Fora de ponta, mais barata. Nos feriados nacionais e nos finais de semana, o valor será sempre fora de ponta. Os períodos horários de ponta, intermediário e fora ponta são homologados pela Aneel nas revisões tarifárias periódicas de cada distribuidora.Para ter certeza do seu perfil, o consumidor deve comparar suas contas com a aplicação das duas tarifas. Isso é possível por meio de simulação com base nos hábitos de consumo e equipamentos do consumidor ou com o uso de um medidor, aprovado pelo Inmetro, que consiga registrar o consumo conforme os horários em que a energia elétrica é usada.

Mocinho e vilão Os preços de energia têm sido protagonistas da inflação nos últimos anos, tendo passado de mocinhos a vilões entre 2013 e 2015. No início de 2013, o governo da presidente Dilma Rousseff anunciou pacote de redução nos preços de energia, que levou o item a fechar o ano com deflação de 15,66%, com impacto negativo de 0,52 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).


A partir de 2014, essa política começou a ser desmontada, resultando em alta de 17,06% nos preços de energia. O ápice da reversão foi em 2015, quando dispararam 51%, com contribuição positiva de 1,50 ponto na taxa de 10,67% do IPCA.


Resta saber, ainda, como os institutos de pesquisa de preços vão incorporar a tarifa branca na metodologia dos índices de inflação, uma vez que hoje a tarifa é fixa. “Pode ser complicado, mas pode dar algum alívio para a inflação e é positiva também para o meio ambiente”, disse o economista Fábio Romão, da LCA Consultores. Ele acredita que a adoção da "tarifa branca" possa requerer mudança na forma de cálculo dos preços. Se tiver impacto será só a partir de 2020, pondera o economista Elson Teles, do Itaú Unibanco, pois só em quatro anos é que a alternativa passa a ser oferecida a consumidores com média de até 250 kWh, faixa em que está a maioria da população.

ETANOL VANTAJOSO EM MG

Em pleno período de colheita de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país, os preços do etanol nas bombas só estão competitivos em relação à gasolina em Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) da semana passada, compilados pelo AE-Taxas. Nos demais estados e no Distrito Federal, a gasolina segue mais vantajosa. A relação só é favorável ao etanol quando a cotação o preço do produto está abaixo de 70% do valor gasolina. Minas lidera a vantagem: a relação está em 68,93%; em São Paulo, em 66,66%; e, no Mato Grosso, o etanol vale 66,04% do preço da gasolina. Os preços do etanol hidratado caíram em apenas nove estados e no DF na semana passada. O valor subiu em outras 16 unidades da federação e ficou estável em Santa Catarina.


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