Brasília – A possibilidade de redução do preço da gasolina está agradando aos consumidores. Para o empresário João Leal, de 37 anos, que chegou a gastar cerca de R$ 1,6 mil apenas com o abastecimento do combustível quando o preço chegou a quase R$ 4, no início do ano, o recuo no litro seria bem-vindo. “Hoje, gasto R$ 400 a menos do que naquele período. Porém, há muito a melhorar. A população precisa de políticas que ajudem o consumidor a pagar um preço justo estipulado pelo mercado exterior. É preciso que a Petrobras procure soluções que não afetem o bolso dos brasileiros. Não podemos pagar o pato”, desabafou.
O sonhado recuo de preços dos combustíveis pelos consumidores, no entanto, segue apenas como especulação. O presidente da estatal, Pedro Parente, declarou ontem que ainda não há uma definição sobre preço dos insumos. A ideia é que a política de preços acompanhe a paridade do mercado internacional. “Não há decisão tomada. Nós estamos definindo exatamente qual será a nossa política. Mas é importante registrar que essa política tem, sim, como base a paridade internacional. Toda empresa tem que ter a sua margem. Este é um mercado de risco”, destacou.
Embora não haja definição clara sobre a política de preços, o planejamento da Petrobras é que sejam levados em consideração fatores como preços internacionais, câmbio, geração de receitas, margem, e participação de mercado. Dessa forma, os preços dos combustíveis poderão variar para cima ou para baixo. “É a combinação desses fatores que instrumentaliza ou forma um processo de definição. Não existe uma decisão de reduzir o preço até o fim do ano”, afirmou Parente.
As especulações sobre a redução de preços da gasolina ganharam força após a divulgação do Plano de Negócios e Gestão (PNG) para o período entre 2017-2021, na terça-feira. As informações eram de que a estatal alinharia os preços da gasolina no mercado doméstico aos valores praticados no exterior. Na terça, por exemplo, essa diferença de custo do combustível era de 26,5%. O diesel, por sua vez, estava 33,6% mais caro no Brasil em relação ao mercado internacional.
O diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, reiterou a posição que vem sendo divulgada pela empresa de que as análises de preços ocorrem semanalmente em reuniões de diretoria e que, nesta semana, o consenso foi pela manutenção. Apesar de dizer que não está no radar reduzir os preços para equipará-los aos do mercado internacional, contou que na próxima semana, “como sempre”, o tema voltará a ser analisado.
Celestino, mais uma vez, disse que a Petrobras continua avaliando a competição com importadores para determinar até que momento a perda de participação de mercado começa a ser uma ameaça. Por enquanto, segundo o diretor, a empresa está tranquila com a concorrência.
Ainda que não tenha nada confirmado, o cenário de probabilidade da gasolina mais barata agrada o motorista Ailson Pereira, 51, que, por dia, gasta cerca de R$ 110 com combustível. Apesar dos custos serem pagos pela empresa onde trabalha, ele considera que o preço do litro é alto. “Seria bom para todos a equiparação do preço da gasolina brasileira com a do mercado estrangeiro. Sei que se houver má gestão o prejuízo recai sobre os mais fracos”, afirmou. (Com agências)