No último dia da propaganda eleitoral veiculada no rádio e na televisão, os 11 candidatos a prefeito de Belo Horizonte apresentaram de tudo na tentativa de conquistar os eleitores: agradecimentos, promessas, currículos e ataques. Primeiro colocado nas pesquisas – e também o que tem maior tempo de programa –, o deputado estadual João Leite (PSDB) se apresentou como alguém que tem uma “vontade imensa” de servir à capital mineira e lembrou que suas propostas foram formuladas a partir de discussões com moradores e especialistas. O tucano aproveitou para criticar a administração de Marcio Lacerda (PSB).
Com apenas 20 segundos, o ex-presidente do Atlético Mineiro Alexandre Kalil (PHS) adotou um discurso curto e grosso. “Eu não vendi ilusão, eu não te coloquei na Ilha da Fantasia. Eu só falei a verdade. Agora no segundo turno vou ter mais tempo e vou falar mais verdades”, afirmou o candidato, que aparece na segunda colocação nas pesquisas de intenção de votos, bem à frente dos demais adversários. Kalil até teve alguns segundos a mais, no programa do deputado federal Luis Tibé (PTdoB), com quem tem protagonizado alguns bate-bocas nestes últimos dias de campanha.
O programa do parlamentar alertou o eleitor que está na hora de definir quem irá para o segundo turno das eleições: Kalil ou Tibé. “Kalil acusa Tibé de ser político, a prefeitura acusa Kalil de não pagar mais de R$ 500 mil de IPTU que ele deve a BH. A Justiça Federal já condenou Kalil a três anos e nove meses de prisão por ficar com o dinheiro da aposentadoria de seus funcionários. Defeito não é ser político. Defeito é esconder a verdade”, diz o candidato ao pedir votos.
Hora da verdade Outro que partiu para o ataque, mas generalizado, foi o também deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PR). Com o argumento de que chegou a “hora da verdade”, se apresenta como a melhor alternativa para BH. “Tem o candidato do Aécio, que não vai ter voz própria. Tem o candidato do futebol, que não sabe dialogar, só sabe mandar. Tem o candidato do prefeito, que vai deixar tudo como está. Tem o candidato do Temer, da Dilma. E tem a nossa candidatura, um novo jeito, sem padrinho”, afirmou o candidato, referindo-se a João Leite,Kalil, Délio Malheiros (PSD), Rodrigo Pacheco (PMDB) e Reginaldo Lopes (PT), respectivamente.
O vice-prefeito Délio Malheiros rebateu em seu programa o discurso dos adversários que pedem mudanças na cidade, já que, segundo ele, as mudanças começaram desde que Marcio Lacerda chegou à prefeitura, há oito anos, com a construção de Umeis, implantação do Move, centros de saúde e academias nas praças da capital. “Neste domingo, na hora de votar, peço que você avalie isto: a diferença entre prometer mudança e fazer a mudança de verdade”, argumentou. O candidato lembrou que ainda há 30% de eleitores indecisos, a quem pede um “voto de confiança” para que ele chegue ao segundo turno.
Mais humana O programa do deputado federal Reginaldo Lopes (PT) foi o único que trouxe a participação da candidata a vice, a também deputada federal Jô Moraes (PCdoB). Ao agradecer a receptividade que disse ter dos eleitores nas ruas de Belo Horizonte, o petista se apresentou como o autor da Lei de Acesso à Informação e integrante da CPI contra homicídios e negros. “No dia 2, você vai nos dar uma oportunidade de chegar ao segundo turno e vai nos conhecer melhor”. Com imagens de vários pontos da cidade, Reginaldo promete torná-la cada vez “mais humana”.
Colega de plenário da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB) usou seu tempo para comemorar o crescimento nas últimas pesquisas eleitorais. Em imagens de visitas às ruas, reuniões políticas e entrevistas concedidas durante a campanha, o candidato assegura que “quem precisa mais vai ter mais em nosso governo”. Eros Biondini (PROS) promete ao eleitor “doar a vida” para ser o melhor prefeito de BH, enquanto Sargento Rodrigues (PDT) optou apenas por imagens de arquivo da campanha e o clipe do jingle que frisa seu nome e número.
Únicas mulheres na disputa pela Prefeitura, Maria da Consolação (PSOL) pediu para que cada eleitor convença mais cinco pessoas a digitar seu número nas urnas para que ela chegue ao segundo turno e Vanessa Portugal (PSTU) usou seu tempo para defender o “Fora Temer” enquanto aparecia uma foto com o número de seu partido.