Brasília, 04 - Em jantar realizado na noite desta terça-feira (4) com líderes da base aliada, o presidente da República, Michel Temer, defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece limites dos gastos públicos.
O encontro teve como anfitrião o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Entre os presentes estavam o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), Henrique Meirelles (Fazenda), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Maurício Quintella Lessa (Transportes) e Fernando Filho (Minas e Energia).
"Não é uma preocupação do governo, do Temer, mas uma preocupação do Brasil... a aprovação da PEC do Teto é uma demonstração da seriedade da classe política do País", afirmou Michel Temer para os presentes.
Na reunião, o presidente também mencionou a campanha de televisão que o governo criou para tentar esclarecer à população a necessidade de se estabelecer um teto para os gastos públicos. O discurso de Temer durou cerca de 5 minutos e ao encerrá-lo, ele foi aplaudido pelos líderes presentes.
Antes do presidente falar, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, apresentou alguns números os sobre o impacto da PEC e assegurou que tanto a área da Saúde da Educação, principal ponto de polêmica da proposta não serão atingidos.
As rodadas de conversas entre Temer e ministros com integrantes da base deverão se intensificar até às vésperas da votação no plenário da Câmara, prevista para iniciar na próxima segunda-feira e encerrar no dia seguinte.
Seguindo esse calendário, o governo conseguirá aprovar a PEC na Casa uma semana antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que definirá o rumo da taxa básica de juros da economia, a Selic. O Banco Central tem destacado o ajuste fiscal como uma das condições para que seja possível reduzir os juros. A intenção é abrir caminho para a primeira queda na taxa desde 2012.
Depois de passar pela Câmara, a PEC segue para discussão no Senado. Em conversa com o Broadcast nesta terça-feira, o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou que deverá colocar a proposta em discussão o quanto antes. "Não há como não ser uma votação célere", afirmou o peemedebista. (Erich Decat)