(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Petrobras reduz preço da gasolina e do diesel

Redução de 3,2% e 2,7% nas refinarias a partir de hoje deve gerar corte de R$ 0,05 nos postos. Com queda na bomba, consumidor terá ganho de R$ 2,25 em tanque de 45 litros


postado em 15/10/2016 06:00 / atualizado em 15/10/2016 08:24

Empresa adota nova política de precificação e valores nas revendas devem cair depois de sete anos (foto: Euller Júnior/EM/D.A Press )
Empresa adota nova política de precificação e valores nas revendas devem cair depois de sete anos (foto: Euller Júnior/EM/D.A Press )

Brasília – Para reconquistar sua participação no mercado e atrair investidores para os ativos que estão à venda, a Petrobras anunciou ontem a adoção de uma política de preços mais transparente e alinhada com a cotação mundial do petróleo. A medida começa a valor hoje, com a primeira redução no valor dos combustíveis desde 2009. A estatal baixou o preço do óleo diesel em 2,7% e o da gasolina em 3,2% na refinaria. Se o ajuste for integralmente repassado aos consumidores, a petroleira calcula que o litro de ambos pode ficar R$ 0,05 mais barato nas bombas, o que vai representar uma redução de 1,4% da gasolina e de 1,8% do diesel nos postos. Na ponta do lápis, o motorista que abastecer um veículo com tanque de 45 litros vai ter uma economia de R$ 2,25.

A nova política terá como base dois fatores: a paridade com o mercado internacional, que inclui custos como frete de navios, transporte interno e taxas portuárias, mais uma margem para remunerar riscos, como a volatilidade da taxa de câmbio e dos preços, além de tributos. A diretoria decidiu que, a partir de agora, serão feitas avaliações para revisões de preços pelo menos uma vez por mês. Isso também abre a porta para futuros aumentos. “Como o valor dos combustíveis acompanhará a tendência mundial, poderá haver manutenção, redução ou aumento nos preços”, afirmou a companhia.

O presidente da empresa, Pedro Parente, destacou que uma política mais clara para a realização de reajustes é importante “neste momento em que a companhia busca atrair parceiros para a área de refino e distribuição”. A estatal está em processo de venda de fatia relevante da BR Distribuidora. “A adoção de mecanismo de reuniões mensais dará uma transparência maior que vai ser vista muito bem pelo mercado e consumidores, que terão mais previsibilidade”, disse.

A revisão levou em conta o crescente volume de importações. No caso do diesel, a entrada de produtos já responde por 14% da demanda do país. Na gasolina, as importações cresceram 28% ao mês entre março e setembro. Isso vinha reduzindo a participação da Petrobras diante da concorrência. Além de reconquistar mercado, a tacada de “virar o jogo”, como chamou Parente, pretende acabar de vez com a defasagem entre os preços internos e os do mercado internacional, o que provocou prejuízos de US$ 40 bilhões à estatal quando o barril de petróleo chegou a US$ 100.

Com a queda na cotação do barril a U$S 40, a estatal passou a levar vantagem, que chegou a 49% na gasolina e de mais de 60% no diesel, no início deste ano. Em outubro, no entanto, os prêmios caíram para 15,2% e 28,3%, respectivamente, conforme o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), por conta da recuperação do petróleo e da valorização cambial. No entender de Adriano Pires, diretor do Cbie, a empresa terá maior flexibilidade na gestão comercial de derivados para estimular as vendas. “Ela poderá conceder descontos pontuais em mercados específicos. Isso porque o alto prêmio também provocou perda de market share (mercado), que a companhia agora quer recuperar”, avaliou Pires.

O especialista criticou, no entanto, a redução nos preços. “Isso não precisava. O prêmio já vem caindo, por conta do preço do barril. Outra coisa estranha é ter reduzido mais a gasolina do que o diesel, que está com uma vantagem maior”, explicou. Do ponto de vista do consumidor, Pires considerou a redução de R$ 0,05 irrelevante. “As margens dos postos revendedores estão ruins por causa do baixo consumo. Eles podem absorver e nem repassar a queda na bomba”, estimou.

Impacto Para Álvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais, a companhia pode perder em preço, com a redução nas refinarias, mas vai ganhar em volume de combustíveis vendidos. “A empresa ganha em credibilidade. Além disso, será positivo para o país pois vai acirrar a concorrência”, disse.

A redução nos preços também vai dar um alívio na inflação e pode acelerar a decisão do Banco Central de reduzir os juros. A política de mais transparência ainda será fundamental para a companhia encontrar parceiros para as subsidiárias que quer vender.

enquanto isso...
… valor do etanol dispara


O preço do etanol hidratado nas usinas paulistas disparou 7,33% nesta semana, de R$ 1,7604 o litro para R$ 1,8895 o litro, em média, de acordo com o indicador divulgado ontem pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq). Em plena safra de cana-de-açúcar é o maior valor desde o R$ 1,9330 o litro de 18 de março deste ano, no auge da entressafra, e ainda próximo ao recorde histórico de 11 de março, quando o litro chegou a R$ 1,9528. Já o valor do anidro avançou 3,06%, de R$ 1,9690 o litro para R$ 2,0292 o litro, em média, segundo o Cepea/Esalq. O valor é o maior desde o cobrado na semana de 24 de março deste ano, quando o litro chegou a R$ 2,0578, em média.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)