Brasília, 17 - Os bancos públicos reconhecem que modificaram a política de juros. A Caixa Econômica Federal disse que o patamar dos juros foi alterado "para garantir o resultado do banco frente ao cenário macroeconômico". Já o Banco do Brasil explica que as taxas praticadas seguem critérios técnicos que consideram o juro básico da economia, o risco de cada operação, a estratégia da casa e a concorrência.
Em nota, a Caixa explicou que "adotou um papel anticíclico para minimizar os efeitos negativos na economia brasileira durante a crise financeira". Depois de 2012, enquanto privados elevaram margens de lucros, o banco diz que "manteve esforços em se manter como o banco das melhores taxas". Desde 2014, porém, a instituição "iniciou processo de ajuste nas suas taxas de juros".
"O movimento de recomposição das margens foi necessário para garantir o resultado do banco frente ao cenário macroeconômico", explica a Caixa, ao lembrar que o aumento da taxa Selic também resultou em elevação do juro para manutenção das margens. Apesar desse aumento, o banco nota que permanece "competitivo em todas as modalidades de crédito".
Já o Banco do Brasil informou, em nota, que "as taxas de crédito são definidas por critérios técnicos que consideram, entre outros fatores, as taxas de juros da economia, avaliações de risco, estratégias comerciais e movimentos da concorrência". Em nota, o banco diz que "mantém estratégia de educação financeira e de oferta da melhor linha de crédito".
A instituição cita que, apenas em setembro, a instituição realizou mais de 4 milhões de abordagens a clientes para sugerir "linhas de crédito mais baratas em detrimento de outras mais caras, como é o caso do cheque especial e do rotativo do cartão
(de crédito)
".
Privados
Entre os privados, o Santander explica que a taxa incidência sobre os cartões de crédito varia de acordo com o produto e o benefício oferecido aos clientes. Sobre o cheque especial, o banco espanhol lembra que a taxa é adequada ao produto da casa que oferece dez dias sem juros por mês.
Já o Itaú esclarece que as taxas praticadas no consignado para empregados de empresas privadas levam em consideração o juro básico da economia, a Selic, hoje em 14,25%. Já para os aposentados, o custo é definido pelo INSS. O Bradesco não se pronunciou.
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) também não quis falar sobre o tema. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.