A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou nesta tarde a decisão de apertar o controle sobre os consumidores inadimplentesP, tendo em vista os níveis de calote na conta de energia acima do histórico registrado pela empresa. Considerando todas as faturas com atraso, a Cemig registrou perda de 4,37% sobre sua receita no fim de setembro.
A inadimplência, segundo o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Fabiano Maia Pereira, se refere basicamente, às contas das residências e reflete o aumento das taxas de desemprego no país.
A empresa não detalhou a evolução dos números das contas em atraso, mas destacou o esforço para recuperar as perdas e evitar que o calote cresça. Para isso, a Cemig aprovou orçamento de R$ 50 milhões para o combate à inadimplência em 2017. O montante representa 70% de acréscimo em relação aos valores destinados a essa rubrica em 2016.
“É um esforço que envolve uma cadeia de ações como um todo desde a fiscalização de ligações irregulares, mensagens aos consumidores inadimplentes até negativá-los e o último recurso do corte de energia”, afirmou Fabiano Pereira.
Os níveis ds inadimplência nas contas, de acordo com o diretor de Finanças da Cemig, obrigou a companhia a mais que dobrar – um aumento de 107,8% – da provisão para créditos de liquidação duvidosa no balanço da Cemig Distribuição.
Ainda nas estimativas divulgadas por Fabiano Maia, cada real investido no combate à inadimplência gera R$ 6.
LUCRO
A despeito da elevada inadimplência, a empresa apurou aumento de 2,3% da receita líquida obtida de julho a setembro último, de R$ 4,894 bilhões, frente ao terceiro trimestre do ano passado. O lucro subiu 159,9% na mesma base de comparação, ao somar R$ 434 milhões.
O balanço trimestral divulgado pela concessionaria mineira atribui boa parte do bom resultado à estratégia de vender mais energia neste segundo semestre, em que os preços aumentaram. Fabiano Pereira disse que o cenário com o qual a empresa trabalha para 2017 é de melhora do desempenho da economia brasileira.