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Estado de Minas

Apostas para 2017 são franquias de menor investimento; saiba como evitar modismos

Especialistas alertam que só aqueles que se organizarem melhor vão superar o excesso de oferta


postado em 20/11/2016 06:00 / atualizado em 20/11/2016 07:57

Ao lado da saúde, segmento que engloba ainda esporte e lazer representa 70% do mercado de franquias e deve continuar em expansão(foto: Ata Kenare/ AE)
Ao lado da saúde, segmento que engloba ainda esporte e lazer representa 70% do mercado de franquias e deve continuar em expansão (foto: Ata Kenare/ AE)

A tendência de expansão do setor de franquias deve seguir de vento em popa em 2017 no país inteiro. A expectativa é de que o quadro de crescimento se mantenha, mas, segundo especialistas, é necessário prestar atenção e analisar bem o mercado antes de tomar a decisão de seguir em determinado setor. Modismos podem parecer um diamante a ser lapidado, mas, por outro lado, correm o risco de acabar se tornando ouro de tolo diante do excesso de oferta e impactando a demanda.

Nesses casos, a “seleção natural” vai agir e vai selecionar quem vai permanecer ou não no mercado, garante o vice-presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Altino Cristofoletti Júnior. “Os modismos fazem com que muitos foquem no mesmo mercado. Isso causa aumento da oferta e a demanda começa a ficar muito dividida. Nesses casos, ocorre a seleção natural das coisas. Quem se organizar melhor e tiver mais capacidade vai permanecer. Os outros vão ser eliminados.” Altino cita as iogurterias frozen e as paleterias mexicanas que, do nada, tomaram as cidades, e como muita gente apostou na ideia, o mercado saturou, as lojas declinaram e vários empresários não conseguiram levar à frente a proposta.

Outro exemplo que ele cita são os food-trucks, que estão em alta, mas houve corrida para investir na proposta e o mercado começa a dar sinais de esgotamento. Para o vice-presidente da ABF, o ideal é que a pessoa que pretende investir em franquias tenha sempre em vista que também é necessário ter afinidade com aquilo em que vai trabalhar. “O importante é prestar atenção e escolher uma franquia que tenha a ver com a pessoa e com o estilo de vida que ela está disposta a ter. O direcionador do investimento tem que levar em conta a afinidade, mesmo porque não está se investindo por um período pequeno”, analisa.

Números são prova do sucesso

Apesar desses exemplos, desempenho frustrante não pode ser associado à maioria dos empreendimentos. O faturamento das franquias saltou de R$ 35,6 bilhões para R$ 38,8 bilhões no terceiro trimestre deste ano, de acordo com a ABF. A pesquisa de mercado ainda mostra que, de outubro de 2015 a setembro de 2016, o faturamento acumulado teve elevação de 6,7%. Considerando os 10 primeiros meses do ano, o crescimento das franchisings acumula 7,9%.
Ainda de acordo com a ABF, a expansão das franquias em número de unidades no terceiro trimestre foi de 7,2% em relação ao mesmo período de 2015 e de 3,7% dentro do trimestre. Ainda tendo como base os últimos três meses – de 1º de julho a 30 de setembro –, 1,4% das unidades foram fechadas. No fim do período, operavam no Brasil 143.540 unidades.

Menores devem ser carro-chefe

Para Lucien Newton, diretor da Loja de Franquia.com, os setores de saúde, beleza, lazer e automotivo devem se destacar em 2017 e são as apostas para se investir. Ele chama a atenção ainda para o tipo de investimento que deve receber mais recursos. “De forma geral, as franquias de menor investimento tendem a ter um espaço maior no mercado a curto e médio prazos. Assim, em 2017, elas devem continuar recebendo boa parte dos investimentos”, afirma. Ainda de acordo com Lucien, esse tipo de modalidade, como os quiosques, os food-trucks, surgiram como uma reação do mercado às dificuldades causadas por crises financeiras. “Com menos dinheiro para investir, coube aos empresários criarem alternativas com espaços menores e até usar essas modalidades”, pontua.
O diretor da Franquia.com diz ainda que é necessário fazer uma análise do mercado antes de embarcar em uma proposta de negócio. A falta de fator crítico pode terminar em prejuízo e saturar setores. “Todo mundo se sente estimulado a abrir um negócio e escolhe uma oportunidade, mas todo mundo escolhe a mesma coisa. Isso vai dividindo o mercado e ‘sujando a água’. Isso faz com que a demanda e o preço caiam e o negócio deixa de ser atrativo”, analisa.

Foco maior na qualidade de vida

De acordo com dados da ABF, os segmentos que predominam no mercado de franquias estão relacionados ao esporte, saúde, beleza e lazer, que somam em torno de 70% das franquias. Entre as atividades que apresentaram maior crescimento no terceiro trimestre deste ano, comparado com mesmo período de 2015, destacam-se: serviços automotivos (20%), esporte, saúde, beleza e lazer (13%), vestuário e comunicação, informática e eletrônica com (12%), e casa e construção (10%).
A Região Sudeste respondeu por 59% da receita da indústria do franchising no primeiro semestre, seguida das regiões Sul (16%), Nordeste (14%), Centro-Oeste (8%) e Norte (4%). Minas Gerais ocupa a terceira posição em números de franschising. O estado expandiu 13,7% em unidades, chegando a 12.480 pontos de venda no primeiro semestre de 2016. O faturamento foi de cerca de R$ 5 bilhões no mesmo período, respondendo por 7,2% do que arrecadou o mercado nacional. Minas ocupa ainda o terceiro lugar em número de empresas franqueadoras, perdendo apenas para São Paulo, primeiro colocado, e Rio de Janeiro na vice-liderança.


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