A economia brasileira perderá receita com os efeitos dos feriados de 2017 sobre a produção da indústria e o comércio, mas deverá ganhar com a circulação dos turistas. Estudo divulgado ontem pelo Ministério do Turismo prevê injeção de R$ 21 bilhões no país por meio de viagens nos fins de semana deste ano prolongados por feriados às segundas, terças, quintas ou sextas-feiras. Em 22 dias de folga contados pela pasta, a previsão é de que serão feitas 10,5 milhões de viagens.
De acordo com o Conselho Empresarial de Hospitalidade e Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor impulsiona outras 52 áreas da atividade econômica, direta ou indiretamente. Ainda com base no estudo sobre os feriados, o campeão do impacto positivo sobre o consumo será o Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro, quando 1,94 milhão de viagens devem movimentar R$ 3,9 bilhões na economia.
O levantamento foi feito em parceria com a Fundação Getulio Vargas, e considera os feriados de 21 de abril (Tiradentes, sexta-feira), 1º de maio (Dia do Trabalho, segunda-feira), 15 de junho (Corpus Christi, quinta-feira), 7 de setembro (Independência do Brasil, quinta-feira), 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora Aparecida, quinta-feira) e 2 de novembro (Finados, quinta-feira). O carnaval, a semana santa, o Natal e o réveillon foram desconsiderados porque, em geral, ocorrem em fins de semana prolongados já tradicionais no calendário.
“São números que reforçam a vocação do turismo para ajudar no desenvolvimento econômico e na geração de emprego do país. Enquanto diversas atividades demonstram preocupação com os fins de semana prolongados em 2017, o setor de viagens se prepara para faturar”, afirmou o ministro do Turismo, Marx Beltrão.
O comércio é uma das atividades impulsionados pelo turismo, segundo o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e membro do Conselho Empresarial de Hospitalidade e Turismo da CNC, Alexandre Sampaio. “Se os feriados impactam o varejo em algumas cidades, na maior parte delas o setor terciário é impulsionado pelo fluxo turístico”, disse ele, em recente artigo sobre o setor.
PROCURA AUMENTA O presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav), Edmar Bull, diz que as empresas do segmento já começaram a sentir o impacto dos feriados com o aumento na procura por pacotes de viagens. A entidade estima que a demanda por viagens de lazer em 2017 deverá crescer entre 8% e 14%. “Os brasileiros vão poder viajar mais, gastando menos, porque uma das vantagens da ocupação pulverizada ao longo do ano é o maior equilíbrio na equação da oferta e da demanda, o que impacta na composição das tarifas aéreas e hoteleiras.”