Rio, 07 - A produção do maior parque industrial do País já encolheu 21,1% nos últimos três anos de perdas. O patamar de operação está semelhante ao de novembro de 2003, apontou Rodrigo Lobo, analista da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, a produção de São Paulo recuou 5,5% em 2016.
"A indústria de São Paulo opera mais próximo do ponto mais baixo do que do pico de produção", ressaltou o pesquisador.
O parque fabril paulista opera 25,7% abaixo do pico alcançado em março de 2011, e apenas 8,9% acima do ponto mais baixo, atingido em julho de 2003.
Em 2016, 16 das 18 atividades da indústria paulista tiveram queda na produção, com destaque para os segmentos de derivados de petróleo e biocombustíveis (-11,8%), sobretudo óleo diesel e óleo combustível; veículos automotores (-10,2%), puxados pela menor fabricação de automóveis e caminhões; e máquinas e equipamentos (-8,3%), influenciado por perdas em bens de capital voltados para a indústria.
No Rio de Janeiro, já são cinco anos sem crescimento do setor industrial. A última taxa positiva da produção foi alcançada em 2011, quando o setor avançou 1,3%.
"Em cinco anos sem crescimento, a indústria do Rio de Janeiro diminuiu 19%. Nesse período, as perdas mais importantes foram do setor metalúrgico, derivados de petróleo e biocombustíveis, e veículos automotores", calculou Lobo.
Em 2016, a queda na produção do Rio de Janeiro foi de 4,1%. As demais regiões com perdas foram Espírito Santo (-18,8%), Amazonas (-10,8%), Pernambuco (-9,5%), Goiás (-6,7%), Minas Gerais (-6,2%), Ceará (-5,2%), Bahia (-5,2%), Paraná (-4,3%), Rio Grande do Sul (-3,8%), Santa Catarina (-3,3%), Região Nordeste (-3,1%) e Mato Grosso (-1,1%).
Os Estados do Espírito Santo, Pernambuco e Goiás tiveram em 2016 as quedas mais acentuadas da série histórica da pesquisa, iniciada em 2003.
"O rompimento da barragem de Mariana (MG), no fim de 2015, fez com que tombasse a extração de minério de ferro no Espírito Santo e também em Minas Gerais, prejudicando o desempenho da indústria desses locais", justificou Lobo.
Na direção oposta, o único resultado positivo do ano foi justamente impulsionado pela extração de minério de ferro, o do Pará, onde a indústria cresceu 9,5%.
"No Pará, o resultado é consequência do crescimento da produção interna e também aumento do preço do minério no mercado internacional, que fez com que aumentasse a exportação. Em três anos, (a indústria do) o Pará cresce 22,5%", completou o analista do IBGE.