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Estado de Minas

Violência no Espírito Santo espalha prejuízo nas estradas de Minas

O efeito da greve da polícia no estado vizinho reduz vendas de restaurantes e postos às margens da rodovia que liga BH a Vitória em até 50%


postado em 10/02/2017 06:00 / atualizado em 10/02/2017 07:57

O dono do restaurante próximo à divisa, Crystofferson Silva, acredita que as vendas serão ruins no carnaval(foto: Gladyston Rodrigues/EM)
O dono do restaurante próximo à divisa, Crystofferson Silva, acredita que as vendas serão ruins no carnaval (foto: Gladyston Rodrigues/EM)

Reduto e Martins Soares - “A maioria dos clientes do restaurante é turistas que vão às praias do Espírito Santo. Por causa da greve da Polícia Militar de lá, o que afugentou os visitantes que param no caminho para almoçar, minhas vendas caíram 30% esta semana. Devem recuar ainda mais no carnaval”, lamentou ontem Chrystofferson David Silva, dono do Canarinho, em Reduto, no Leste de Minas Gerais, diante de um salão vazio em relação ao mesmo dia de semanas anteriores.


O aquartelamento da PM capixaba completa hoje uma semana e já afeta a economia de cidades mineiras próximas à divisa com o Espírito Santo. Municípios mais distantes, mas às margens da BR-262, principal rota entre Belo Horizonte e aquele litoral, também sentem impacto.

Donos de restaurantes, lanchonetes, postos de combustíveis e de pousadas para viajantes calculam perdas de dois dígitos. “As coisas também serão ruins no carnaval, mesmo que a Polícia Militar do Espírito Santo deixe os batalhões", prevê o dono do Canarinho.

O restaurante dele está a cerca de 250 quilômetros de Guarapari, um dos principais destinos dos mineiros nos feriados prolongados e onde, ontem, um assassinato chocou moradores. O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Wallace Belmiro, foi morto com dois tiros no interior de seu carro.

A criminalidade no estado vizinho preocupa Ânderson Batista, gerente do Posto Anacleto, em Martins Soares, a última cidade mineira antes da divisa. Desde sábado, quando começou a greve, o consumo de combustível despencou em torno de 50%. “Vejam os funcionários neste momento. Não estão atendendo ninguém”. Quem trafega com frequência pelo trecho da 262 próximo à divisa notou menos veículos com placas de outras regiões na pista. “O número de carros reduziu”, atesta o gerente do Anacleto.

Contas Diante da insegurança pública no Espírito Santo e da insegurança financeira de comerciantes mineiros, há quem já refaz contas com custo de serviços e produção. Cléber de Oliveira Miranda, dono do Restaurante Panelão, às margens da 262, em Martins Soares, não descarta conceder folga a funcionários. “O número de refeições servidas recuou bastante esta semana. A greve da Polícia Mitar deverá ter consequências no carnaval. Esta rodovia (BR-262) é a Vitória-Minas. Era para ter mais carros passando por aqui”, resignou-se Cléber, acrescentando que a queda nos negócios sufocam ainda mais os comerciantes.

“Afinal, pagamos uma elevada carga tributária no Brasil. O poder público tem de fazer jus aos nossos impostos”, continuou Cléber. Apenas a título de ilustração, estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), divulgado em 2016, concluiu que o brasileiro destinou, em média, 41,8% do seu rendimento bruto para pagar tributação sobre consumo, patrimônio, rendimento etc.

 

Seguranças lucram com caos no ES

 

Perda de um lado, lucro de outro. O clima de insegurança em Vitória, onde ocorreram dezenas de mortes e saques no comércio, garante um soldo gordo a seguranças contratados por lojistas e moradores de condomínios residenciais. “Cada homem nesta região recebe R$ 250 por 12 horas de serviço para proteger as lojas. Há seguranças ganhando, por noite, R$ 500 para evitar criminosos em condomínios”, revelou um carioca que mora na capital do Espírito Santo e que foi contratado por negociantes de um centro comercial no Centro.

O segurança, embora trabalhe com um grupo, tem receio de ser vítima da violência. Reclama que o Exército e a Guarda Nacional não patrulham todas as regiões dm Vitória. A sensação de insegurança mudou a paisagem na cidade. Tanques de guerra, segundo moradores, circularam pela manhã na terceira ponte, que liga Vitória a Vila Velha.

Diante da onda de crimes, até o pedágio na ponte está liberado. Praias que deveriam receber um grande público estavam vazias. Entre os poucos comércios que abrem, mercadorias básicas são disputadas pelos clientes. O transporte público continua parado, o que aumenta o clima de preocupação na população.


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