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Estado de Minas

Investimentos de su­per­mer­ca­dos de MG geram empregos na crise

Atrás do cli­en­te, se­tor anun­cia 56 no­vas lo­jas nes­te ano, ava­li­a­das em R$ 400 mi­lhõ­es, e 5,6 mil vagas


postado em 14/02/2017 06:00 / atualizado em 14/02/2017 08:09

O setor de supermercado vai ampliar o número de lojas(foto: Cristina Horta/EM)
O setor de supermercado vai ampliar o número de lojas (foto: Cristina Horta/EM)

A des­pei­to da cri­se da eco­no­mia bra­si­lei­ra, os su­per­mer­ca­dos de Mi­nas Ge­rais pre­ten­dem in­ves­tir cer­ca de R$ 400 mi­lhões em 2017, se­gun­do le­van­ta­men­to fei­to pe­la As­so­cia­ção Mi­nei­ra de Su­per­mer­ca­dos (Amis) e di­vul­ga­do on­tem. A in­ten­ção das re­des é pa­vi­men­tar o ca­mi­nho que po­de­rá per­mi­tir ta­xa de cres­ci­men­to su­pe­rior àque­la que elas apu­ra­ram em 2016, de 1,26%. Elas tra­ba­lham com um de­sem­pe­nho, nes­te ano, pró­xi­mo de 2% su­pe­rior ao do ano pas­sa­do. Ain­da de acor­do com a Amis, o apor­te fi­nan­cei­ro pre­vis­to pe­las em­pre­sas de­ve le­var à aber­tu­ra de 56 lo­jas no es­ta­do e via­bi­li­zar re­for­ma e am­plia­ção de ou­tras 70 uni­da­des.


O em­pe­nho des­ses re­cur­sos de­ve ge­rar 5,6 mil no­vos pos­tos de tra­ba­lho e, com is­so, o se­tor  atin­gi­rá até o fim do ano a mar­ca de 185,5 mil em­pre­ga­dos di­re­tos. A es­ti­ma­ti­va fei­ta pe­la as­so­cia­ção dos su­per­mer­ca­dos se en­qua­dra nu­ma apos­ta con­ser­va­do­ra de cres­ci­men­to de 1,7%, mas, de acor­do com An­tô­nio Cla­ret Na­me­ta­la, su­pe­rin­ten­den­te da Amis, es­se nú­me­ro, pro­va­vel­men­te, de­ve ser ul­tra­pas­sa­do. “Em 2016 nos­sa pro­je­ção foi cres­cer 0,5%, mas cres­ce­mos 1,26%, en­tão, por bai­xo a ex­pan­são de­ve ser es­ta, mas acre­di­to que va­mos avan­çar mui­to mais”, ex­pli­ca.

As pre­vi­sões de re­cu­pe­ra­ção da eco­no­mia dei­xam o se­tor bas­tan­te oti­mis­ta. As es­ti­ma­ti­vas de cres­ci­men­to do Pro­du­to In­ter­no Bru­to (PIB, o con­jun­to da pro­du­ção de bens e ser­vi­ços do país) en­tre 0,5% e 1%, me­lho­ria no ní­vel de em­pre­go e que­da da in­fla­ção e da ta­xa Se­lic tem dei­xa­do os em­pre­sá­rios es­pe­ran­ço­sos. A ta­xa Se­lic, ju­ro bá­si­co da eco­no­mia, re­mu­ne­ra os tí­tu­los do go­ver­no no mer­ca­do fi­nan­cei­ro e ser­ve de re­fe­rên­cia pa­ra as ope­ra­ções nos ban­cos e no co­mér­cio.

Os in­ves­ti­men­tos anun­cia­dos su­pe­ram os R$ 372 mi­lhões apli­ca­dos em 2016, quan­do 62 lo­jas fo­ram aber­tas e 55 pas­sa­ram por re­for­ma. O nú­me­ro de em­pre­gos, con­tu­do, foi maior, de 6,2 mil opor­tu­ni­da­des, fren­te a pro­je­ção pa­ra 2017. Cla­ret Na­me­ta­la afir­ma que os em­pre­sá­rios es­pe­ram con­tar com es­ses in­di­ca­do­res me­lho­res, mas tam­bém não têm ti­do me­do de in­ves­tir. “O se­tor tem de­mos­tra­do se­gu­ran­ça mui­to gran­de.

As re­des mi­nei­ras es­tão apos­tan­do no cres­ci­men­to, não só na ca­pi­tal, mas no in­te­rior. O que mos­tra a con­fian­ça dos em­pre­sá­rios”, afir­ma. Atual­men­te, Mi­nas Ge­rais é o se­gun­do maior mer­ca­do su­per­mer­ca­dis­ta do país, atrás ape­nas de São Pau­lo. A par­ti­ci­pa­ção mi­nei­ra no se­tor na­cio­nal foi de 10,5%. Em 2016, o cres­ci­men­to de ven­das de 1,26% ren­deu fa­tu­ra­men­to de R$ 33,9 bi­lhões ao se­tor.

De acor­do com Cla­ret, o de­sem­pe­nho re­fle­te a ca­pa­ci­da­de que o se­tor tem mos­tra­do de su­pe­rar os de­sa­fios im­pos­tos pe­la re­ces­são que o país en­fren­tou nos dois úl­ti­mos anos. Nes­se pe­río­do, o PIB bra­si­lei­ro en­co­lheu 3,8%, se­gun­do da­dos do Ins­ti­tu­to Bra­si­lei­ro de Geo­gra­fia e Es­ta­tís­ti­ca (IBGE) e 3,3% com ba­se na pro­je­ção do Fun­do Mo­ne­tá­rio In­ter­na­cio­nal (FMI). O úl­ti­mo ano em que os su­per­mer­ca­dos apre­sen­ta­ram ín­di­ces ne­ga­ti­vos foi em 2011. Na épo­ca, o se­tor en­co­lheu 0,20%. Des­de en­tão, mes­mo com o cres­ci­men­to mais tí­mi­do, não foi re­gis­tra­do en­co­lhi­men­to.

Estratégias


Pa­ra dri­blar os efei­tos da re­ces­são, co­mo ob­ser­va­do em ou­tros se­to­res da eco­no­mia – em 2016 a pro­du­ção in­dus­trial em Mi­nas Ge­rais re­cuou 6,2%, de acor­do com da­dos do IBGE -, os em­pre­sá­rios do se­tor su­per­mer­ca­dis­ta apos­tam em al­gu­mas es­tra­té­gias. En­tre elas, es­tá a apro­xi­ma­ção do clien­te. “As re­des têm pro­cu­ra­do es­tar ca­da vez mais com as lo­jas pró­xi­mas do con­su­mi­dor. Es­tu­dos mos­tram que os clien­tes têm op­ta­do por dar pre­fe­rên­cia pa­ra quem es­tá mais per­to de­le”, con­ta o su­pe­rin­ten­den­te da Amis.

Es­sa no­va pos­tu­ra do con­su­mi­dor tem fei­to com que as re­des de su­per­mer­ca­do dei­xem de in­ves­tir na­que­las lo­jas maio­res e mais cen­trais e avan­cem, in­clu­si­ve, pa­ra lo­cais mais dis­tan­tes, no en­tan­to, den­tro dos bair­ros, di­fe­ren­te­men­te da po­lí­ti­ca ado­ta­da em anos an­te­rio­res. Ou­tra ob­ser­va­ção fei­ta por Cla­ret Na­me­ta­la es­tá re­la­cio­na­da à ex­per­ti­se dos su­per­mer­ca­dis­tas de es­ta­rem sem­pre aten­tos ao que os clien­tes es­tão bus­can­do. “Não adian­ta eu ter o mix de pro­du­tos e mar­cas que eu acho ser me­lhor. É o con­su­mi­dor que tem que en­con­trar ali o que ele quer”, aler­ta.

Além dis­so, as re­des, prin­ci­pal­men­te as da ca­pi­tal, têm in­ves­ti­do na ex­pan­são nas ci­da­des do in­te­rior do es­ta­do. “Ca­da vez mais tem se en­con­tra­do boas lo­jas, in­clu­si­ve nas ci­da­des me­no­res. Is­so aju­da o em­pre­sá­rio a ter bons ren­di­men­tos”, des­ta­ca Cla­ret.

Co­mo de­sa­fios do se­tor, o su­pe­rin­ten­den­te da Amis acre­di­ta ser ne­ces­sá­rio que o em­pre­sá­rio fi­que aten­to aos cus­tos e te­nha sem­pre al­ter­na­ti­va de mar­cas. Ca­da vez mais, o con­su­mi­dor tem bus­ca­do mar­cas al­ter­na­ti­vas, até pa­ra ten­tar equi­li­brar or­ça­men­to do­més­ti­co, e o em­pre­sá­rio de­ve fi­car aten­to a is­so tam­bém, além de en­ten­der bem o lo­cal on­de ele es­tá in­se­ri­do. “Têm que fi­car com os dois olhos no con­su­mi­dor”, dis­se. As re­giões do Triân­gu­lo e Cen­tro-Oes­te fo­ram as que apre­sen­ta­ram maior cres­ci­men­to de ven­das em 2016, com ba­se no le­van­ta­men­to da Amis. Já o de­sem­pe­nho mais bai­xo foi ob­ser­va­do na Zo­na da Ma­ta.

 

De por­tas fe­cha­das

 

Rio de Ja­nei­ro – Com o agra­va­men­to da cri­se no ano pas­sa­do, o va­re­jo bra­si­lei­ro amar­gou fe­cha­men­to de 108,7 mil lo­jas a mais que aque­las aber­tas, com vín­cu­lo em­pre­ga­tí­cio em to­do o país. Foi o pior re­sul­ta­do da sé­rie his­tó­ri­ca des­de 2005, quan­do o co­mér­cio va­re­jis­ta en­cer­rou sal­do lí­qui­do po­si­ti­vo de mais de 45 mil lo­jas aber­tas. Os da­dos fo­ram di­vul­ga­dos on­tem pe­la Con­fe­de­ra­ção Na­cio­nal do Co­mér­cio de Bens, Ser­vi­ços e Tu­ris­mo (CNC). A en­ti­da­de ex­pli­ca que, ape­sar de ter fe­cha­do 2016 com o mau re­sul­ta­do, a que­da do nú­me­ro de lo­jas foi me­nos acen­tua­da no se­gun­do se­mes­tre do ano pas­sa­do, o que po­de ser um in­dí­cio de que a eco­no­mia es­tá co­me­çan­do a dar si­nais de re­cu­pe­ra­ção.

No se­tor va­re­jis­ta, po­rém, es­sa re­cu­pe­ra­ção é frá­gil, se­gun­do o eco­no­mis­ta da CNC Fa­bio Ben­tes, que clas­si­fi­cou 2016 co­mo um ano pa­ra o se­tor va­re­jis­ta es­que­cer. “Foi mais um ano ruim pa­ra o se­tor. Foi ain­da pior do que 2015 quan­do o nú­me­ro lí­qui­do de pon­tos de ven­das fe­cha­dos atin­giu 101,9 mil, até en­tão o pior re­sul­ta­do do se­tor. E o va­re­jo é um se­tor in­ten­si­vo de mão de obra”.

Pe­los da­dos do Ca­das­tro Ge­ral de Em­pre­ga­dos e De­sem­pre­ga­dos, em 2015, o se­tor re­gis­trou o fe­cha­men­to de 175 mil pos­tos de tra­ba­lho, o pior re­sul­ta­do da sé­rie ini­cia­da em 2004. Em 2016 o sal­do ne­ga­ti­vo se agra­vou: fo­ram fe­cha­dos 282 mil pos­tos de tra­ba­lho no va­re­jo” acres­cen­tou. Ben­tes afir­mou que foi um ano em que o bol­so do con­su­mi­dor an­dou bas­tan­te sur­ra­do pe­la in­fla­ção al­ta, pe­la res­tri­ção ao cré­di­to e pe­lo me­do do de­sem­pre­go, que aca­ba afe­tan­do as com­pras a pra­zo.

O es­tu­do da CNC mos­trou que to­dos os es­ta­dos apre­sen­ta­ram que­da no nú­me­ro de lo­jas, fa­to iné­di­to em 12 anos de pes­qui­sa. São Pau­lo foi o es­ta­do mais afe­ta­do, com o fe­cha­men­to de 30,7 mil lo­jas, se­gui­do do Rio de Ja­nei­ro, com 11,1 mil uni­da­des fe­cha­das e Mi­nas Ge­rais, com o fe­cha­men­to de 10,3 mil uni­da­des.

Por ca­te­go­ria de em­preen­di­men­to, as mi­cro (-32,7 mil) e pe­que­nas em­pre­sas (-39,6 mil) – que em­pre­gam até 9 pes­soas e de 10 a 49 fun­cio­ná­rios, res­pec­ti­va­men­te – fo­ram as mais afe­ta­das pe­la cri­se. Li­de­ra­ram o fe­cha­men­to de lo­jas os ra­mos de hi­per e su­per­mer­ca­dos, pro­du­tos ali­men­tí­cios, be­bi­das e fu­mo (-34,8 mil lo­jas), lo­jas de ves­tuá­rio, cal­ça­dos e aces­só­rios (-20,6 mil) e lo­jas de ma­te­riais de cons­tru­ção (-11,5 mil).

“A fal­ta de di­na­mis­mo no mer­ca­do de tra­ba­lho e o cré­di­to mais ca­ro e res­tri­to ex­pli­cam par­te sig­ni­fi­ca­ti­va das per­das de ven­das nos úl­ti­mos anos. E o ter­mô­me­tro mais dra­má­ti­co da cri­se que ain­da as­so­la o se­tor é o nú­me­ro re­cor­de de lo­jas que fe­cha­ram as por­tas ano pas­sa­do”, diz o eco­no­mis­ta da CNC. Na ava­lia­ção da en­ti­da­de, de­pois de dois anos de fe­cha­men­to lí­qui­do de pon­tos de ven­da em 2017, o nú­me­ro de lo­jas de­ve­rá apre­sen­tar es­ta­bi­li­da­de.


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