Brasília, 14 - O presidente da comissão especial da reforma da Previdência, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), protagonizou nesta tarde de terça-feira, 14, um bate-boca acalorado com o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) durante os trabalhos do colegiado. Chinaglia queria apresentar um requerimento para convidar especialistas para serem ouvidos pela comissão, mas reclamou da recusa de assessores de Marun em receber o pedido diante do início da ordem do dia.
"É porque eles não sabem que o presidente é tão benevolente", brincou Marun, indicando que abriria uma exceção. Chinaglia, no entanto, não percebeu a sinalização e continuou protestando. "Se aqui é preciso ganhar no grito, eu também sei fazer", disse o petista, bradando ao microfone.
"Pois eu ia aceitar (o requerimento) e não aceito mais", devolveu Marun, também elevando a voz. Em meio à gritaria, o peemedebista pediu respeito aos integrantes da mesa da comissão e aos funcionários da Câmara dos Deputados. "O senhor quer atrapalhar os trabalhos e não vai conseguir", disse o presidente da comissão.
Mais cedo, Marun já havia se exaltado com Ivan Valente (PSOL-SP) também por divergências em requerimentos. Valente chegou a se levantar de seu lugar e ir à mesa falar com Marun, que pediu ao deputado oposicionista que "venha, mas venha com calma". O requerimento de Valente já estava incluído na pauta.
Nesta tarde, os deputados aprovaram de forma simbólica um bloco de requerimentos para ouvir representantes do governo, entidades sindicais e especialistas sobre a reforma da Previdência. A primeira audiência, prevista para amanhã, será com o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, e um representante da Casa Civil.