São Paulo, 23 - A desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) na terceira quadrissemana reforça a previsão de 0,30% para o dado fechado deste mês, segundo o coordenador do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. "Seguramente, o IPC-S está caminhando nessa direção, e não tem muito mistério. São os efeitos de Educação que estão saindo e os impactos da queda em Alimentação, em razão da oferta regularizada", explicou.
Entre a segunda e a terceira leitura de fevereiro, o grupo de alimentos intensificou o ritmo de deflação de 0,01% para 0,13%. O IPC-S, por sua vez, desacelerou para 0,40% ante 0,49% na segunda medição do mês. Se a projeção de 0,30% para o dado fechado do mês for confirmada, ficará aquém do resultado efetivo de 0,76% apurado em igual mês de 2016 e ainda menor que a alta de 0,69% em janeiro deste ano.
A despeito de os preços dos alimentos não estarem todos em queda, Picchetti ressalta que ainda assim esse movimento é insuficiente para anular a tendência de desinflação. "As frutas estão subindo (0,41%), mas o feijão (-15,73%) está caindo. O saldo líquido está negativo. Não tem nenhuma grande variação positiva que deve anular as quedas no curto prazo", estima.
Tampouco, o economista acredita que as indenizações que deverão ser feitas às concessionárias de energia poderão mudar a trajetória de descompressão inflacionária este ano. "É claro que isso vai aparecer para o consumidor, mas não deve alterar a tendência de arrefecimento geral dos preços", reforça.